Ainda no mesmo telefonema, ele me contou algo que, segundo ele mesmo, não deveria me contar:
- Tenho tido um sonho recorrente. É assim: sonho que estou sendo morto. O jeito varia, tiro, facada, etc. Mas sempre, enquanto estou morrendo, só consigo pensar que preciso ligar para ti.
É, eu sei, não é algo que se ouça impassível, mas não vou comentar isso aqui. As coisas (as pessoas, na verdade) são o que são. E vão continuar assim. Sem novidade no fronte.
Só conto isso porque a partir daí ele mesmo inventou uma história que bem poderia ser um curta ou um conto. É assim:
A velhinha vai atender a porta, é a Morte:
- Bom dia, minha senhora, vim buscar o pedaço da alma de Fulano.
- Hein?
- Fulano, foi seu namorado. A senhora ficou com um pedaço da alma dele. Estou levando-o embora, então preciso dessa parte também.
A velhinha, naturalmente, não se lembra de onde deixou o pedaço de alma e a história continuava com a Morte e a velhinha revirando a casa da última atrás dele. O curta/conto acaba com o velhinho Fulano curtindo a vida; graças à bagunça da velhinha, a Morte nunca conseguiu encontrar o que precisava.
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Um comentário:
Quando eu crescer, quero ser que nem ele. Ou, pelo menos, chegar perto.
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