Justiça seja feita: professor de cárdio queria fazer a cirurgia logo no início, mas depois voltou atrás e resolveu esperar. Aí ontem a residente nova conseguiu arrancar um parecer decente lá da onco, porque ela era amiga de uma das residentes de lá. O pequeno detalhe é que esse parecer tinha que ter vindo há duas semanas, mas nem o precioso professor, nem as adoráveis residentes anteriores se prestaram a ir atrás disso.
Sim, a pergunta que não quer calar na minha cabeça (e provavelmente na de vocês também) é “Então por que tu não foi atrás disso? Por que tu não fez alguma coisa?”. Pois é. A verdade é que há duas semanas atrás eu vi o número do celular da oncolesma no sistema do hospital e pensei em ligar e perguntar sobre o paciente, pedir as informações que eu sabia que eram necessárias, por que não o fiz? Por uma razão simples e patética: fiquei com vergonha! Fiquei com vergonha, porque pensei que afinal de contas eu não sou ninguém, sou só uma acadêmica arrogante e idiota do quinto semestre achando que sabe alguma coisa. E fiquei constrangida de ligar. E desisti.
Hoje me arrependi muuuuito de ter feito isso. Não, não era a diferença entre a vida e a morte, nem nada desse tipo. O caso é realmente complicado e todas as decisões são difíceis, independente do que eu faça ou não, mas não posso deixar de fazer as coisas por ter vergonha de não ser ninguém. Conseguir as informações não era responsabilidade minha e nenhuma decisão no caso será tomada por mim – nem sequer vão perguntar minha opinião, não tem porquê, eu sou só mais uma aluna ignorante – mas me incomoda saber que deixei de tomar essa atitude, que deixei de contribuir com algo que poderia ter sido positivo por puro acanhamento.
É o tipo de coisa que não posso deixar acontecer.
: (
Que me sirva de lição.
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