sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Remexendo meus alfarrábios - como parte da escavação arqueológica em busca da minha auto-estima – me deparei com um textinho que fiquei com vontade de repostar. Me desculpem, vocês – pessoas que já me lêem desde os tempos da Caverna - pela falta de originalidade, mas é que cheguei à conclusão de que o texto não só ainda significa muito para mim como ainda por cima ganhou algumas dimensões novas. Foi escrito em função de uma frase que Danie Fleur havia postado, e que é aquela ali entre aspas:

Da solidão crônica e outras inevitabilidades

"Um solitário crônico se sentirá sozinho em qualquer lugar do mundo."
Um solitário crônico se sentirá sozinho mesmo quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico se sentirá sozinho principalmente quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico tenderá a longos períodos de silêncio.
Um solitário crônico terá, às vezes, um jeito melancólico de sorrir, já conhecido de seus velhos amigos.
Um solitário crônico e sua câmera fotográfica podem ser reconhecidos a longa distância.
Um solitário crônico se sentirá estrangeiro em seu próprio país.
Um solitário crônico se sentará diante da sua taça de café em um lugar qualquer do mundo, olhará em volta e se sentirá irmanado aos outros solitários que estarão ao redor. E o contato quase se fará, mas não terá sido mais do que uma ilusão.
Um solitário crônico provavelmente terá lido muitos livros antes de estar pronto para perceber que é um solitário crônico.
Um solitário crônico irá ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Um solitário crônico deve ir ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Ou sonhará com ele sem saber onde está.
Um solitário crônico verá um casal apaixonado num parque, numa tarde ensolarada de sábado, e perceberá aquele breve segundo em que os olhos de um se distraem, enquanto os olhos do outro ainda o miram com devoção.
Um solitário crônico se apaixona. Ele sempre se apaixona. É para poder pensar que se curou. Mas a solidão crônica não tem cura.

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