segunda-feira, 1 de novembro de 2010

\o/ A primeira mulher na presidência do Brasil. \o/

Sim, isso é bom. Sim, isso eu comemoro.
Sei da avalanche de críticas contra o governo Lula - governo esse que a Dilma seguramente vai continuar - não é isso que eu comemoro. Infelizmente entendo muito pouco de política e ainda menos de economia para conseguir discutir e avaliar essas coisas direito. Agradeço a paciência das pessoas que se deram o trabalho de conversar comigo sobre o assunto e, sim, votei na Dilma. Sim, acho que o governo dela será melhor do que seria o do Serra, mas, sim, terá uma infinidade de problemas e defeitos preocupantes. Sim.

Mas não posso deixar de comemorar o fato de que uma mulher chegou à presidência do Brasil. E uma mulher de esquerda, ex-guerrilheira (e não, ex-guerrilheira e assassina não são a mesma coisa para mim, sinto muito), administradora de pulso firme e, até onde eu sei, defensora dos direitos das mulheres (porque deus queira que ela seja, sim, a favor do aborto livre, porque eu sou). Sim, também sei que ela tem uma infinidade de defeitos, que é "uma fera", "uma lutadora" e tantas outras definições positivas e negativas que você quiser dar. Sim, é uma mulher forte e polêmica, e isso tem aspectos bons e ruins como absolutamente tudo nesse mundo. Bem-vind@ à realidade.

Não, não tenho nenhuma ilusão de que o governo Dilma vá ser alguma maravilha da igualdade e liberdade humanas, não tenho nenhuma ilusão de que tudo será melhor e mais harmônico, não tenho nenhuma ilusão de que as injustiças de gênero - e tantas outras - se resolverão. É uma mulher que está assumindo o poder, não um unicórinio rosa. Vai ser uma merda como tantas outras merdas, mas o fato histórico, a conquista, essa, sim, me alegra; nem que seja pelo simbólico da coisa. Porque a gente não se dá conta, mas a maior parte do que é humano se constrói no simbólico.

Por que não Marina então? Sim, gosto da Marina ecologista, mas a Marina ecologista é indissociável da Marina evangélica - evangélica com tudo de ideológico que isso implica - e, não, eu não voto em evangélicos* que perpetuem uma ideologia repressora e retrógrada, que estão virando o carro-chefe dos defensores das desigualdades de gênero e orientação sexual. Não, evangélicos, sejam homens ou mulheres, eu me recuso a apoiar.

Enfim, vim para cá escrever meio a esmo, porque li esse texto, indicado pela Telinha no Twitter dela, e senti a superfeminista se remexendo em algum lugar do porão, então senti vontade de partilhar dessa alegria com as mulheres (e porque não, os homens também) que forem capazes de entendê-la.


* Não, eu não fique completamente analfabeta, eu sei pontuar uma oração adjetiva e torná-la restritiva ou explicativa, o que eu fiz aqui foi simplesmente oferecer aos evangélicos o benefício da dúvida: talvez você seja evangélico de fé, mas não seja uma criatura que reproduz toda a sorte de merda religioso-ideológica como parece que a grande maioria deles faz. That's all.

Agora se vocês me dão licença, a superfeminista vai voltar para o porão, ali do lado da adega, pegar um vinho, se enrolar no edredon e ler alguma escritora latino-americana obscura, enquanto tenta, em vão, continuar ignorando o mundo.

2 comentários:

Anselmo disse...

A cada dia que passa amo mais a Superfeminista! Quem sabe um dia ela e o Queer Duck assumam o poder e mudem o mundo para uma maravilhosa democracia pintada com as cores do arco-íris! Enquanto isso não acontece, comemoremos juntos a vitória de Dilma, sim, que não é perfeita, mas é faca na bota. Viver em uma democracia é escolher o que há de melhor e, por vezes, simplesmente escolher o que há de menos pior.

Fico chocado quando minhas amigas bibas vegetarianas se orgulham de ter votado na Marina. Tipo assim: não comer carne, dar a bunda e votar na Marina Evangélica... ops! Ainda bem que não sou apenas eu que vejo a incoerência nessa listinha de fatos.

Beijos, amada!

Maritza disse...

*Superfeminista acena com o cálice à guisa de brinde e volta para o livro*



Hehehe, beijos, querido!