quarta-feira, 31 de outubro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Eu não ia escrever hoje,
porque foi um dia um pouco ruim. Meu senso de humor foi passear e me deixou sozinha. Detesto quando ele faz isso, mas de vez em quando é assim. Quando ele descobre que está tapando um buraco grande demais, fica indignado e vai dar uma volta, até que eu aterre um pouco o abismo para ele poder voltar.
Então eu não ia escrever, para não aporrinhar vocês, mas, ei, peraí, essa porcaria desse blog é meu ou não é? Então não ia, mas resolvi que sim, depois que li uma pequena reportagem sobre implante coclear numa revista leiga. (Não, não vou linkar nem citar a revista, que é para não fazer propaganda...
Tá mentira! Tô morrendo de preguiça de procurar link e tal, então faço pose de alternativa e me recuso a postar o nome da publicação.
Ou então tô inventando isso, licença poética, e vocês nunca vão saber se a reportagem existiu mesmo ou não (parêntese do parêntese: a louca leu Borges e acha que sabe alguma coisa!))
Onde é que eu tava mesmo? Ainda tem alguém aí?
Sim, o implante coclear. Resumindo, é uma técnica/aparelho que permite às pessoas com surdez de nascença passarem a ouvir (não, não é assim milagroso como parece, mas se eu for entrar nos meandros da coisa, esse texto fica ainda mais chato do que já está); a reportagem explicava a técnica e entrevistava uma menina de 18 que estava aprendendo a ouvir graças ao aparelho – e finalmente cheguei onde eu queria!
A menina contava sobre a emoção de ouvir as coisas: conhecer a voz da mãe, ouvir a irmã menor chorar, se assustar com buzina; contou que outro dia tinha enchido as mãos em concha e jogado na pia para ouvir o som da água.
Ouvir o som da água.
Sim, estou com os olhos cheios enquanto escrevo isso (alguém ouviria meus olhos?). E penso em como esqueço de dar valor para todas essas coisas. Esqueço rápido, esqueço fácil, de como esses detalhes são a melhor parte das coisas... e a melhor parte das pessoas também.
Prestar atenção no som das coisas e na voz das pessoas; enxergar, efetivamente enxergar, e não passar pelo mundo distraída, com o pensamento sempre mais rápido que o passo, olhando para coisa alguma.
Eu devo ter olhos vagos, vazios, ou talvez um pouco tristes, não sei.
Mas esqueço. Esqueço de como é bom tocar, sentir o calor das pessoas e o frio das coisas. E o cheiro. E os gostos. Levar aos lábios, devagar. Perceber, não só o que é quase imperceptível, mas o que se oferece inteiro, todo, de bom grado, sem pedir nada em troca, o que se oferece do mundo para a gente o tempo todo e que, de tão fácil, a gente simplesmente esquece, releva, e, finalmente, perde.
Queria não perder tanto. Não perder tanto de mim também.
Tenho tentado recuperar minha generosidade. Hoje conversava com um amigo da faculdade sobre isso. Sobre generosidade e sobre a preocupação dele por ter ouvido um veterano dizer que lá pelo 3º ou 4º semestre ninguém mais se agüenta na turma, "será que vai ser assim?" - nos perguntamos. E eu contei para ele de como sempre tinha achado fácil gostar das pessoas; gostar das pessoas e ver nelas o que elas tinham de melhor. E de repente, pela primeira vez, achava difícil. Pela primeira vez, vivo num ambiente em que desgosto de um grande número de pessoas. Não, nunca tinha me acontecido. Quero de volta minha generosidade, quero de volta o saber enxergar o que é tão bom em cada um e relevar o que é tão ruim. Quero de volta uma parte minha que se escondeu, onde? Por que?
E falamos do nosso medo de que tudo vire competição. E combinei com ele de brincadeira, mas um pouco de coração, que se ele escolher cárdio, eu escolho onco, e se ele escolher onco, eu escolho cárdio, para a gente poder estudar junto até o fim do curso. E assim talvez fique um pouco melhor.
Se eu aprender.
Se eu não tiver tanto medo.
..................................................
Não acredito que eu escrevi outra porra de texto desconexo sobre como eu gostaria de ver as coisas bonitas da vida!!! (Graças a deus! Pelo menos o cinismo voltou!)
E FODA-SE a prova de bioquímica!
Então eu não ia escrever, para não aporrinhar vocês, mas, ei, peraí, essa porcaria desse blog é meu ou não é? Então não ia, mas resolvi que sim, depois que li uma pequena reportagem sobre implante coclear numa revista leiga. (Não, não vou linkar nem citar a revista, que é para não fazer propaganda...
Tá mentira! Tô morrendo de preguiça de procurar link e tal, então faço pose de alternativa e me recuso a postar o nome da publicação.
Ou então tô inventando isso, licença poética, e vocês nunca vão saber se a reportagem existiu mesmo ou não (parêntese do parêntese: a louca leu Borges e acha que sabe alguma coisa!))
Onde é que eu tava mesmo? Ainda tem alguém aí?
Sim, o implante coclear. Resumindo, é uma técnica/aparelho que permite às pessoas com surdez de nascença passarem a ouvir (não, não é assim milagroso como parece, mas se eu for entrar nos meandros da coisa, esse texto fica ainda mais chato do que já está); a reportagem explicava a técnica e entrevistava uma menina de 18 que estava aprendendo a ouvir graças ao aparelho – e finalmente cheguei onde eu queria!
A menina contava sobre a emoção de ouvir as coisas: conhecer a voz da mãe, ouvir a irmã menor chorar, se assustar com buzina; contou que outro dia tinha enchido as mãos em concha e jogado na pia para ouvir o som da água.
Ouvir o som da água.
Sim, estou com os olhos cheios enquanto escrevo isso (alguém ouviria meus olhos?). E penso em como esqueço de dar valor para todas essas coisas. Esqueço rápido, esqueço fácil, de como esses detalhes são a melhor parte das coisas... e a melhor parte das pessoas também.
Prestar atenção no som das coisas e na voz das pessoas; enxergar, efetivamente enxergar, e não passar pelo mundo distraída, com o pensamento sempre mais rápido que o passo, olhando para coisa alguma.
Eu devo ter olhos vagos, vazios, ou talvez um pouco tristes, não sei.
Mas esqueço. Esqueço de como é bom tocar, sentir o calor das pessoas e o frio das coisas. E o cheiro. E os gostos. Levar aos lábios, devagar. Perceber, não só o que é quase imperceptível, mas o que se oferece inteiro, todo, de bom grado, sem pedir nada em troca, o que se oferece do mundo para a gente o tempo todo e que, de tão fácil, a gente simplesmente esquece, releva, e, finalmente, perde.
Queria não perder tanto. Não perder tanto de mim também.
Tenho tentado recuperar minha generosidade. Hoje conversava com um amigo da faculdade sobre isso. Sobre generosidade e sobre a preocupação dele por ter ouvido um veterano dizer que lá pelo 3º ou 4º semestre ninguém mais se agüenta na turma, "será que vai ser assim?" - nos perguntamos. E eu contei para ele de como sempre tinha achado fácil gostar das pessoas; gostar das pessoas e ver nelas o que elas tinham de melhor. E de repente, pela primeira vez, achava difícil. Pela primeira vez, vivo num ambiente em que desgosto de um grande número de pessoas. Não, nunca tinha me acontecido. Quero de volta minha generosidade, quero de volta o saber enxergar o que é tão bom em cada um e relevar o que é tão ruim. Quero de volta uma parte minha que se escondeu, onde? Por que?
E falamos do nosso medo de que tudo vire competição. E combinei com ele de brincadeira, mas um pouco de coração, que se ele escolher cárdio, eu escolho onco, e se ele escolher onco, eu escolho cárdio, para a gente poder estudar junto até o fim do curso. E assim talvez fique um pouco melhor.
Se eu aprender.
Se eu não tiver tanto medo.
..................................................
Não acredito que eu escrevi outra porra de texto desconexo sobre como eu gostaria de ver as coisas bonitas da vida!!! (Graças a deus! Pelo menos o cinismo voltou!)
E FODA-SE a prova de bioquímica!
sábado, 27 de outubro de 2007
It's called insanity
Coisas estranhas acontecendo hoje.
Estou numa daquelas fases em que não devo ser deixada sozinha com meu próprio célebro.
Deus abençoe a paciência infinita dos meus amigos.
(E já estou jurada de morte por ela: "Amanhã vamos ter uma conversa muito séria, mocinha!" - Meda!)
Estou numa daquelas fases em que não devo ser deixada sozinha com meu próprio célebro.
Deus abençoe a paciência infinita dos meus amigos.
(E já estou jurada de morte por ela: "Amanhã vamos ter uma conversa muito séria, mocinha!" - Meda!)
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
domingo, 21 de outubro de 2007
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Adoro o jeito como as pessoas que me conhecem monitoram meus sinais vitais
- Oi, como é que tu tá?
- Oi, tô bem.
- Tá conseguindo estudar?
- Não.
- Tá conseguindo dormir?
- Não.
- Ih, então tá o caos!
- Oi, tô bem.
- Tá conseguindo estudar?
- Não.
- Tá conseguindo dormir?
- Não.
- Ih, então tá o caos!
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Reboot
Sistema de defesa em 75% (sem fantasmas passeando pelo campo minado). Capacidade de carinho em 50%. Dor em 70%. Generosidade em níveis mínimos, mas gradativamente reaparecendo.
domingo, 14 de outubro de 2007
Eu amo a sincronicidade do universo
Go with your gut. Você vai errar feio, mas vai receber exatamente o que estava precisando.
Um "pequeno" problema prático
Como é que eu remonto o sistema de defesa completo até amanhã?!?!?!
Update: Assim.
Fim de semana altamente didático.
Update: Assim.
Fim de semana altamente didático.
Deus abençoe a paciência infinita do meu Flying Friend
Que estava em Porto Alegre (e não voando pelo país afora) e resolveu passar aqui ontem e me pegar para almoçar. Então eu entrei no carro e ele disse com entusiamo: "E aí? Como tu tá?" e me abraçou.
E o sistema de defesa colapsou.
Inteiro.
Em bloco.
De uma só vez.
E eu chorei, chorei de um modo como eu não chorava havia muito tempo. Chorei de soluçar, de não conseguir respirar, de molhar a camiseta dele com maquiagem borrada. Chorei por todas as duas últimas semanas estúpidas dessa minha vida idiota. Chorei pela minha incompetência para me relacionar com as pessoas que mais me importam. Chorei porque eu sinto medo o tempo todo. Chorei e chorei e chorei.
E ele disse: "Ô, se eu soubesse que tava assim, eu tinha vindo pro café da manhã!"
E eu ri.
Deus abençoe as pessoas que me fazem rir.
Depois ele me levou para casa. E me deixou falar de um jeito idiota e truncado e sem explicar direito as coisas, de um jeito que eu nunca falo. E resumiu tudo: "já sei, tu entrou em modo auto-destruição." Sim.
E me ajudou a respirar fundo.
E me disse que se eu continuar funcionando no limite do meu sistema de defesa 24h por dia, vou ficar louca.
Vou ficar?
Então a gente almoçou. E ele me falou dos sonhos dele. E a gente falou de coisas bonitas. E de coisas que a gente precisa aprender. Muito.
E ele me fez passar a tarde sentada do lado dele estudando fisiologia, enquanto ele fazia os relatórios de vôo. Em silêncio.
E de tarde ele fez cappuccino para mim. E me deu as duas últimas passas de figo do vidro. E a gente riu do bolo mofado que encontrou (que foi para o lixo com o pote e tudo, porque estava impraticável) e depois ficamos conversando sobre fungos. E Rodolfo (o gato) ficou deitado com a cabeça no meu peito ronronando. E mordeu minha caneta. E sentou com a bunda bem no meio do meu xerox de fisiologia. Em silêncio.
E eu disse: "vou embora, que tô te atrapalhando." E ele respondeu: "Vai-te à merda!" Que é uma frase básica para todas as pessoas que lidam comigo. (Vai-te à merda. Com a variação "vai tomar no cu, antes que eu me esqueça!" - Só não me mande calar a boca, que aí dá o efeito contrário.) E me abraçou e disse: "Fica aí. Tu não tá me atrapalhando, tu tá me fazendo companhia." E eu quase chorei de novo, mas dessa vez não, e me comportei direitinho. Em silêncio.
E, sem falar nada, me dei conta de uma enorme quantidade de coisas. Que eu gostaria de ter percebido antes, mas não deu.
Depois ele me trouxe em casa e me deu cópia pirata de DVD legal e me abraçou de novo e disse: "se precisar tô aqui."
E eu espero que finalmente eu consiga me manter na zona de silêncio.
De momento, só dói quando eu respiro.
E o sistema de defesa colapsou.
Inteiro.
Em bloco.
De uma só vez.
E eu chorei, chorei de um modo como eu não chorava havia muito tempo. Chorei de soluçar, de não conseguir respirar, de molhar a camiseta dele com maquiagem borrada. Chorei por todas as duas últimas semanas estúpidas dessa minha vida idiota. Chorei pela minha incompetência para me relacionar com as pessoas que mais me importam. Chorei porque eu sinto medo o tempo todo. Chorei e chorei e chorei.
E ele disse: "Ô, se eu soubesse que tava assim, eu tinha vindo pro café da manhã!"
E eu ri.
Deus abençoe as pessoas que me fazem rir.
Depois ele me levou para casa. E me deixou falar de um jeito idiota e truncado e sem explicar direito as coisas, de um jeito que eu nunca falo. E resumiu tudo: "já sei, tu entrou em modo auto-destruição." Sim.
E me ajudou a respirar fundo.
E me disse que se eu continuar funcionando no limite do meu sistema de defesa 24h por dia, vou ficar louca.
Vou ficar?
Então a gente almoçou. E ele me falou dos sonhos dele. E a gente falou de coisas bonitas. E de coisas que a gente precisa aprender. Muito.
E ele me fez passar a tarde sentada do lado dele estudando fisiologia, enquanto ele fazia os relatórios de vôo. Em silêncio.
E de tarde ele fez cappuccino para mim. E me deu as duas últimas passas de figo do vidro. E a gente riu do bolo mofado que encontrou (que foi para o lixo com o pote e tudo, porque estava impraticável) e depois ficamos conversando sobre fungos. E Rodolfo (o gato) ficou deitado com a cabeça no meu peito ronronando. E mordeu minha caneta. E sentou com a bunda bem no meio do meu xerox de fisiologia. Em silêncio.
E eu disse: "vou embora, que tô te atrapalhando." E ele respondeu: "Vai-te à merda!" Que é uma frase básica para todas as pessoas que lidam comigo. (Vai-te à merda. Com a variação "vai tomar no cu, antes que eu me esqueça!" - Só não me mande calar a boca, que aí dá o efeito contrário.) E me abraçou e disse: "Fica aí. Tu não tá me atrapalhando, tu tá me fazendo companhia." E eu quase chorei de novo, mas dessa vez não, e me comportei direitinho. Em silêncio.
E, sem falar nada, me dei conta de uma enorme quantidade de coisas. Que eu gostaria de ter percebido antes, mas não deu.
Depois ele me trouxe em casa e me deu cópia pirata de DVD legal e me abraçou de novo e disse: "se precisar tô aqui."
E eu espero que finalmente eu consiga me manter na zona de silêncio.
De momento, só dói quando eu respiro.
sábado, 13 de outubro de 2007
Resoluções de ano novo
Não tentar esconder o que ninguém consegue enxergar.
Não me proteger batendo.
Não esperar que me dêem limite; por alguma razão as pessoas se acanham de me dar limites. Não era assim antes, o que mudou?
Não remoer obsessivamente o que não tem solução.
Aprender a aceitar a minha própria, e infinita, incompetência.
Aprender a ficar quieta.
Não me proteger batendo.
Não esperar que me dêem limite; por alguma razão as pessoas se acanham de me dar limites. Não era assim antes, o que mudou?
Não remoer obsessivamente o que não tem solução.
Aprender a aceitar a minha própria, e infinita, incompetência.
Aprender a ficar quieta.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Mayday
Tenho prova amanhã e simplesmente NÃO CONSIGO estudar! É sério, tô com uma sensação horrível de cansaço mental agudo! Eu preciso de ajuda profissional!
(não, peraí, eu já tenho ajuda profissional...)
(não, peraí, eu já tenho ajuda profissional...)
sábado, 6 de outubro de 2007
Eu sei que ninguém lê posts compridos; leia só a última frase então.
Qualquer pessoa que me conheça um pouco melhor sabe que eu consigo ter semanas infernais sem que nada esteja acontecendo no mundo real. Sim, eu sou emocionalmente desconjuntada. Incompetente. Sumamente patética.
Até aí, nenhuma novidade.
A delícia especial da semana é que a mãe fez uma cirurgia para retirar o útero e os ovários (histerecetomia com anexotomia, se você quer os termo técnicos dados pelo cirurgião) na quarta-feira. Calma, pessoas queridas, (*respirando no saquinho*) não se assustem, foi uma cirurgia eletiva, mas era melhor fazer agora do que mais tarde, quando ela ia realmente precisar. Não, não é câncer, mas, caramba!, é a minha mãe e nenhuma cirurgia é livre de riscos, porque, convenhamos, ela não foi simplesmente puxar pelanquinha...
O fato é que ela estava morrendo de medo. É. Só ela. Ela e ninguém mais.
*respira mais um pouco no saquinho* (copyright Cris)
Então eu tentei, eu juro que eu tentei ser um pouco mãe da minha mãe, e abraçá-la sempre, e dizer que ela não precisava ficar nervosa porque ia dar tudo certo, e que a cirurgia ia ser bem tranqüila, e que o médico tinha muita experiência, e blábláblá. Sim, eu dizia todas essas coisas, mas todas as mães sabem quando seus filhos estão mentindo. Eu ainda acho que fui ninja o suficiente por conseguir esconder dela por três dias as minhas faltas de ar periódicas (porque depois que eu entrei na medicina eu dei para isso, tenho crises esporádicas de falta de ar, é ridículo), mas ela descobriu quando a gente estava fazendo os papéis da baixa e automaticamente roubou de volta o papel de mãe e conseguiu me fazer acreditar (me diga como, meu deus?!?!) que ela já nem estava mais nervosa.
Como uma cordialidade entre colegas (hahaha, vocês gostaram dessa, né?) o médico me deixou assistir à cirurgia. Sim, eu estava com medo disso também, e antes de começar a enfermeira me disse: "se tu te sentir mal, pode sair da sala, viu, não tem problema", ao que eu respondi tentando fazer uma cara de Jedi: "Nem esquenta, tô tranqüila". E a verdade é que essa foi a melhor parte da minha semana, porque foi exatamente quando eu consegui entrar na minha zona de silêncio e permanecer lá, foi quando finalmente as coisas estavam acontecendo no mundo real ao invés de estarem apenas turbilhonando no mundo da minha cabeça. Eu não vou conseguir contar sobre a cirurgia e muito menos sobre o que eu senti, é muita coisa para elaborar, ainda estou processando, em todo caso, o que eu podia dizer sobre isso está dito.
Nesse meio tempo, eu tive prova, é óbvio, porque eu sempre tenho prova. Era para ser segunda, mas houve um desencontro de horários, a professora começou mais cedo (e ninguém na turma viu que estávamos faltando eu e mais um amigo – tão bom a gente ser invisível, não é mesmo?), e nós dois acabamos perdendo a prova. Agora calcule a alegria do ser CDF aqui...
Adicionado a todo esse estresse ainda estava a prova de recuperação que eu pretendia fazer para melhorar minha nota e da qual acabei desistindo na sexta-feira (depois de quase desenvolver uma úlcera). A prova que era para ser segunda acabou sendo na terça, mas por decisão dos professores nos últimos minutos do segundo tempo. Some aí ainda uma palestra cretina que deveria ser apresentada na quinta de manhã para uma cadeira detestável. Nesse contexto de pura alegria, é claro que a insônia voltou, trouxe colchonete, muda de roupa e uma escova de dentes nova, porque a velha estava ficando esfiapada. Endless fun, right?
Naturalmente, eu passei a semana histérica, aporrinhei a turma inteira de bioquímica, tive um surto de arrogância com uma pessoa querida (a respeito de uma coisa na qual eu nem sequer acredito!), distribuí patadas a meu bel prazer e gritei com gente que nem tinha entrado na história.
Então, sim, isso é um pedido oficial de desculpas. Fiquem bem, tá?
Até aí, nenhuma novidade.
A delícia especial da semana é que a mãe fez uma cirurgia para retirar o útero e os ovários (histerecetomia com anexotomia, se você quer os termo técnicos dados pelo cirurgião) na quarta-feira. Calma, pessoas queridas, (*respirando no saquinho*) não se assustem, foi uma cirurgia eletiva, mas era melhor fazer agora do que mais tarde, quando ela ia realmente precisar. Não, não é câncer, mas, caramba!, é a minha mãe e nenhuma cirurgia é livre de riscos, porque, convenhamos, ela não foi simplesmente puxar pelanquinha...
O fato é que ela estava morrendo de medo. É. Só ela. Ela e ninguém mais.
*respira mais um pouco no saquinho* (copyright Cris)
Então eu tentei, eu juro que eu tentei ser um pouco mãe da minha mãe, e abraçá-la sempre, e dizer que ela não precisava ficar nervosa porque ia dar tudo certo, e que a cirurgia ia ser bem tranqüila, e que o médico tinha muita experiência, e blábláblá. Sim, eu dizia todas essas coisas, mas todas as mães sabem quando seus filhos estão mentindo. Eu ainda acho que fui ninja o suficiente por conseguir esconder dela por três dias as minhas faltas de ar periódicas (porque depois que eu entrei na medicina eu dei para isso, tenho crises esporádicas de falta de ar, é ridículo), mas ela descobriu quando a gente estava fazendo os papéis da baixa e automaticamente roubou de volta o papel de mãe e conseguiu me fazer acreditar (me diga como, meu deus?!?!) que ela já nem estava mais nervosa.
Como uma cordialidade entre colegas (hahaha, vocês gostaram dessa, né?) o médico me deixou assistir à cirurgia. Sim, eu estava com medo disso também, e antes de começar a enfermeira me disse: "se tu te sentir mal, pode sair da sala, viu, não tem problema", ao que eu respondi tentando fazer uma cara de Jedi: "Nem esquenta, tô tranqüila". E a verdade é que essa foi a melhor parte da minha semana, porque foi exatamente quando eu consegui entrar na minha zona de silêncio e permanecer lá, foi quando finalmente as coisas estavam acontecendo no mundo real ao invés de estarem apenas turbilhonando no mundo da minha cabeça. Eu não vou conseguir contar sobre a cirurgia e muito menos sobre o que eu senti, é muita coisa para elaborar, ainda estou processando, em todo caso, o que eu podia dizer sobre isso está dito.
Nesse meio tempo, eu tive prova, é óbvio, porque eu sempre tenho prova. Era para ser segunda, mas houve um desencontro de horários, a professora começou mais cedo (e ninguém na turma viu que estávamos faltando eu e mais um amigo – tão bom a gente ser invisível, não é mesmo?), e nós dois acabamos perdendo a prova. Agora calcule a alegria do ser CDF aqui...
Adicionado a todo esse estresse ainda estava a prova de recuperação que eu pretendia fazer para melhorar minha nota e da qual acabei desistindo na sexta-feira (depois de quase desenvolver uma úlcera). A prova que era para ser segunda acabou sendo na terça, mas por decisão dos professores nos últimos minutos do segundo tempo. Some aí ainda uma palestra cretina que deveria ser apresentada na quinta de manhã para uma cadeira detestável. Nesse contexto de pura alegria, é claro que a insônia voltou, trouxe colchonete, muda de roupa e uma escova de dentes nova, porque a velha estava ficando esfiapada. Endless fun, right?
Naturalmente, eu passei a semana histérica, aporrinhei a turma inteira de bioquímica, tive um surto de arrogância com uma pessoa querida (a respeito de uma coisa na qual eu nem sequer acredito!), distribuí patadas a meu bel prazer e gritei com gente que nem tinha entrado na história.
Então, sim, isso é um pedido oficial de desculpas. Fiquem bem, tá?
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
MEUDEUSDOCÉU!!!! Eu tô ouvindo Bon Jovi (tudo culpa dela!!!) e começando a chorar! Alguém pelamorededeus faz eu ser menos estúpida! Alguém, por favor, faz isso tudo ficar mais fácil! Que diabos foi essa semana?!?!?!
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Alguém faça essa semana terminar logo, por favor, sim? Obrigada.
Porque tá triste a coisa.
Tá tão triste que eu desisti de ficar na aula e resolvi vir para casa escrever.
...
Mas eu tô tão desnorteada, que nem isso tô conseguindo fazer.
...
Tchau, vou caminhar a esmo por aí.
Tá tão triste que eu desisti de ficar na aula e resolvi vir para casa escrever.
...
Mas eu tô tão desnorteada, que nem isso tô conseguindo fazer.
...
Tchau, vou caminhar a esmo por aí.
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