quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Gostaria que as pessoas entendessem o quanto não sou possessiva.
Mentira, sou possessiva sim, terrivelmente. Quero todo mundo para mim, guardadinho num campo florido, deitado na sombra e bem alimentado, para nunca mais ir a lugar nenhum e ser sempre só meu. Mas já aprendi há muito a domesticar isso. Tenho pouco a necessidade do compromisso obrigatório, quero mais é a certeza de que eu existo na vida dessa pessoa e ela existe na minha.
Segura disso, os silêncios não me atrapalham, as distâncias não me assustam, as ausências são só certeza de saudade, nunca de dor. Poder te querer sabendo-te livre não é um problema para mim. Já não peço mais do que podem me dar, porque eu mesma faço as minhas escolhas. Minha angústia é estender a mão e não saber de quem é o calor que me volta.
Minha angústia não é não ser tua e não seres meu. Minha angústia não é não ser de ninguém e ninguém possuir. Existe tanto amor na minha vida que ser possessiva não faz o menor sentido. Existe uma certeza tão grande em amar e ser amada que o que eu gostaria de verdade era de poder te trazer para perto desse tanto amor. Sem cobrança. Aprendendo a respeitar limites, caminhando percursos separados, mas de um modo que eu pudesse te avistar e sorrir, sabendo que o vulto que vai na outra margem me sorri de volta.

Alguma coisa sobre o amor eu já aprendi.

4 comentários:

Samara L. disse...

Caralho, moça. Você lê pensamento, é? Vixe. Obrigada por mais essa.

Ana Paula disse...

Como sempre, ela aprende o mais difícil primeiro... Esta é a Maritza.

Anselmo disse...

"Minha angústia é estender a mão e não saber de quem é o calor que me volta".

Por alguma razão doentia, essa frase me fez pensar em sexo grupal.

Preciso de medicação e de um terapeuta. E de menos tempo livre.

Maritza disse...

Eu já tenho a medicação, agora quero que a minha terapeuta volte das férias!

Sim, eu sempre aprendo o mais difícil primeiro. E depois não consigo aprender as partes fáceis. Vai entender...

Não leio pensamento, mas no fundo somos todos (humanos) meio iguais.