Siiiiiim, hoje é um daqueles dias que eu vou passar inteiro aqui, feeding this blog with shit!
Quer um chá?
domingo, 27 de janeiro de 2008
Dona Amália tocava piano e fazia o melhor bolo de fubá do mundo. Ouvi dizer que pintava, mas que deixou quando ficou viúva. Não tiveram filhos, não porque não o quisessem; dizem que dona Amália era estéril – nada mais triste do que uma metáfora que não dá frutos. Dizem que a família do seu Rodolfo aconselhava-o a largar dela. Parece que numa festa de Natal, os ânimos meio altos, seu Rodolfo deu um soco num primo que fez tal insinuação, e nunca mais se falou no assunto. Seu Rodolfo morreu ao lado dela. Um dia simplesmente não acordou. Infarto agudo do miocárdio. Dizem que foi preciso três pessoas para separar uma dona Amália histérica do corpo; parece que teve até convulsão, a coitadinha. Dizem que ela nunca mais foi a mesma. “Morreu de amor” - diz dona Jurandira. Mas dona Jurandira é uma romântica, todo mundo sabe que foi insuficiência renal.
sábado, 26 de janeiro de 2008
Não é putaria, é poesia!
Delírio
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...
.........
Bilac. Sim, Bilac. Mostrando que "beijar" também é uma forma de arte.
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...
.........
Bilac. Sim, Bilac. Mostrando que "beijar" também é uma forma de arte.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
sábado, 19 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Remexendo meus alfarrábios - como parte da escavação arqueológica em busca da minha auto-estima – me deparei com um textinho que fiquei com vontade de repostar. Me desculpem, vocês – pessoas que já me lêem desde os tempos da Caverna - pela falta de originalidade, mas é que cheguei à conclusão de que o texto não só ainda significa muito para mim como ainda por cima ganhou algumas dimensões novas. Foi escrito em função de uma frase que Danie Fleur havia postado, e que é aquela ali entre aspas:
Da solidão crônica e outras inevitabilidades
"Um solitário crônico se sentirá sozinho em qualquer lugar do mundo."
Um solitário crônico se sentirá sozinho mesmo quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico se sentirá sozinho principalmente quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico tenderá a longos períodos de silêncio.
Um solitário crônico terá, às vezes, um jeito melancólico de sorrir, já conhecido de seus velhos amigos.
Um solitário crônico e sua câmera fotográfica podem ser reconhecidos a longa distância.
Um solitário crônico se sentirá estrangeiro em seu próprio país.
Um solitário crônico se sentará diante da sua taça de café em um lugar qualquer do mundo, olhará em volta e se sentirá irmanado aos outros solitários que estarão ao redor. E o contato quase se fará, mas não terá sido mais do que uma ilusão.
Um solitário crônico provavelmente terá lido muitos livros antes de estar pronto para perceber que é um solitário crônico.
Um solitário crônico irá ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Um solitário crônico deve ir ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Ou sonhará com ele sem saber onde está.
Um solitário crônico verá um casal apaixonado num parque, numa tarde ensolarada de sábado, e perceberá aquele breve segundo em que os olhos de um se distraem, enquanto os olhos do outro ainda o miram com devoção.
Um solitário crônico se apaixona. Ele sempre se apaixona. É para poder pensar que se curou. Mas a solidão crônica não tem cura.
Da solidão crônica e outras inevitabilidades
"Um solitário crônico se sentirá sozinho em qualquer lugar do mundo."
Um solitário crônico se sentirá sozinho mesmo quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico se sentirá sozinho principalmente quando rodeado de pessoas.
Um solitário crônico tenderá a longos períodos de silêncio.
Um solitário crônico terá, às vezes, um jeito melancólico de sorrir, já conhecido de seus velhos amigos.
Um solitário crônico e sua câmera fotográfica podem ser reconhecidos a longa distância.
Um solitário crônico se sentirá estrangeiro em seu próprio país.
Um solitário crônico se sentará diante da sua taça de café em um lugar qualquer do mundo, olhará em volta e se sentirá irmanado aos outros solitários que estarão ao redor. E o contato quase se fará, mas não terá sido mais do que uma ilusão.
Um solitário crônico provavelmente terá lido muitos livros antes de estar pronto para perceber que é um solitário crônico.
Um solitário crônico irá ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Um solitário crônico deve ir ao Museu do Louvre em algum momento da sua vida. Ou sonhará com ele sem saber onde está.
Um solitário crônico verá um casal apaixonado num parque, numa tarde ensolarada de sábado, e perceberá aquele breve segundo em que os olhos de um se distraem, enquanto os olhos do outro ainda o miram com devoção.
Um solitário crônico se apaixona. Ele sempre se apaixona. É para poder pensar que se curou. Mas a solidão crônica não tem cura.
Diquinha
Chá verde Nangilima. É com flores de laranjeira, lá dá Tee Gschwencomoéqueeuvouaprederessalínguaqueésóconsoantemeudeus.
Proust tinha razão
Minha Irmã fez escala em Paris, então aproveitou e trouxe para nós um pacotinho de madeleine. Visualmente não tinha absolutamente nada a ver com o que eu tinha na minha cabeça. Eu me lembrava de uma espécie de biscoito, e na verdade a madeleine é um bolinho... mas o gosto e o cheiro, o cheiro, meu deus!... Voltei a ter dois anos.
(Estranhamente, eu me lembrava perfeitamente da textura do plástico que dá estrutura à embalagem. Vai entender...)
.........
: (
: ( Ela foi embora ontem.
: (
(Estranhamente, eu me lembrava perfeitamente da textura do plástico que dá estrutura à embalagem. Vai entender...)
.........
: (
: ( Ela foi embora ontem.
: (
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Da Série Diálogos
- Oi.
- Oi.
- ...
- ...
- ...
- Que foi?
- Tô péssima.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não.
- Então só podem ser duas coisas, porque só existem duas coisas que te estressam: o mundo e o universo. É qual dos dois dessa vez?
: )
- Oi.
- ...
- ...
- ...
- Que foi?
- Tô péssima.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não.
- Então só podem ser duas coisas, porque só existem duas coisas que te estressam: o mundo e o universo. É qual dos dois dessa vez?
: )
domingo, 6 de janeiro de 2008
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Da série Diálogos
- Sei lá, na festa de ano novo eu tava muito sentimental, deve ter sido aquela meia garrafa de champagne, não precisa muito para me deixar sentimental.
- Quem, tu? Tu fica sentimental com um gole d'água!
- Quem, tu? Tu fica sentimental com um gole d'água!
Maritza for dummies em duas frases
- Ah, claro, esse é o cara que inventou o domo geodésico... O que é o domo geodésico?
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Da Série Coisas que eu gostaria de ter escrito
"O nosso querido Cláudio Luiz Ribeiro, da primeira turma do curso, nos lembrou que prazer não está obrigatoriamente ligado à arte. Nem sempre é prazeroso criar uma obra de arte. E o Cláudio Luiz tem sempre razão. Que o diga Camille Claudel. E nem sempre é prazeroso vê-la. Quem já viu a Guernica ao vivo e a cores, sabe do que eu falo. Não dá prazer. Dá medo. Dá raiva. Dá vontade de sair correndo e salvar a vida do seu filho, e só dali umas 4 quadras você se dá conta que não tem filhos e que roubou o filho duma turista alemã."
Mas quem escreveu foi ela.
Mas quem escreveu foi ela.
Amém, Gonzaguinha!
Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
E a vida?
E a vida o que é diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida?
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é, o que é meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem da segundo,
Há quem fale que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do Criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer;
Ele diz que a vida é viver;
Ela diz que o melhor é morrer,
Pois amada não é
E o verbo sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita.
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
E a vida?
E a vida o que é diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida?
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é, o que é meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem da segundo,
Há quem fale que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do Criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer;
Ele diz que a vida é viver;
Ela diz que o melhor é morrer,
Pois amada não é
E o verbo sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...) Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Sim
Eu preciso desse tempo aqui, em silêncio. Porque é ótimo jantarchurrascoamigosecreto(ganhei cremes perfumados, tão bom!)festadenatal, e eu gosto muito, realmente gosto muito de todas essas pessoas. E ontem foi especial, porque ontem ela me abraçou, e ela está com uma barriga linda!, e eu sabia que estava ganhando dois abraços ao mesmo tempo. Mas, desculpem, é um bocado de esforço tudo isso tantas vezes. E eu preciso desse tempo aqui, para meditar, para escrever, para tentar fazer sentido, para cicatrizar um pouco, para descansar outro tanto. Preciso finalmente me sentir cansada e parar o reflexo de me defender de tudo. Provavelmente a melhor coisa seria voltar para os braços das pessoas do “meu mundo”. Mas não agora. Preciso de tempo, o meu tempo. Preciso que a vida ganhe de novo o meu ritmo, o meu jeito, preciso colocar muitas coisas no papel, preciso tirar outras tantas dele. Preciso, sim, das pessoas que eu amo, mas não imediatamente. Preciso antes daquele espaço. Aquele espaço dentro de mim que ficou dolorido demais. Preciso daquele silêncio que sobra quando as pessoas todas estão fora de casa. Preciso de um pouco de música, mas não tanto que ocupe o lugar que eu tenho que reencontrar. Preciso conciliar as várias coisas dispersas que se espalham pelo chão quando eu penso demais. Preciso perdoar muitas coisas e ficar braba com outras tantas e nunca perder de vista o que eu sou capaz de fazer, porque isso é ainda mais importante do que o que eu vim buscar.
Foi um ano difícil.
E ainda assim eu tenho tanto para agradecer.
Foi um ano difícil.
E ainda assim eu tenho tanto para agradecer.
Cara, que pérola isso aqui!
"Mestre Delih Responde
Mestre,
Serei bem objetiva: não sou bonita. E embora não me lamente nem me faça de vítima, pois sei que tenho diversos outros talentos que não a beleza, gostaria de saber sua opinião sobre o assunto. Então responda sinceramente: beleza é fundamental?
Joana
Cara Joana,
Uma coisa é certa: as pessoas bonitas tendem a ser melhor tratadas e a receber mais atenção por parte de todos. Isso é um fato. E acontece desde a mais tenra infância. Portanto, num certo sentido a vida é mais fácil, sim, para as pessoas belas. Entretanto, justamente porque a existência é mais áspera para aqueles desprovidos de beleza, eles tendem a desenvolver outros talentos, a ser pessoas mais questionadoras e portanto mais agudas de pensamento do que os muito belos. E neste ponto você deve estar se perguntando: será verdade que o Mestre Delih está escrevendo um texto na linha Polliana? Ao que eu respondo: não estou, não. Porque não se iluda: as pessoas bonitas são indiscutivelmente mais felizes.
Mestre Delih
Está chupando limão."
Na recém encontrada fonte de alegria Uma Dama Não Comenta.
Mestre,
Serei bem objetiva: não sou bonita. E embora não me lamente nem me faça de vítima, pois sei que tenho diversos outros talentos que não a beleza, gostaria de saber sua opinião sobre o assunto. Então responda sinceramente: beleza é fundamental?
Joana
Cara Joana,
Uma coisa é certa: as pessoas bonitas tendem a ser melhor tratadas e a receber mais atenção por parte de todos. Isso é um fato. E acontece desde a mais tenra infância. Portanto, num certo sentido a vida é mais fácil, sim, para as pessoas belas. Entretanto, justamente porque a existência é mais áspera para aqueles desprovidos de beleza, eles tendem a desenvolver outros talentos, a ser pessoas mais questionadoras e portanto mais agudas de pensamento do que os muito belos. E neste ponto você deve estar se perguntando: será verdade que o Mestre Delih está escrevendo um texto na linha Polliana? Ao que eu respondo: não estou, não. Porque não se iluda: as pessoas bonitas são indiscutivelmente mais felizes.
Mestre Delih
Está chupando limão."
Na recém encontrada fonte de alegria Uma Dama Não Comenta.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Então é Nataaaaal...
Morávamos no outro apartamento. Eu era criança. As festas de natal já eram lá em casa, sempre foram. Nessas ocasiões, eu costumava passar a maior parte da noite escondida atrás do sofá. Eu levava para lá os brinquedos que tinha recém ganhado, mais o prato com a janta e um copo de refri. Eventualmente, eu seqüestrava uma garrafa inteira, o que possibilitava uma freqüência ainda menor de saídas de trás do sofá. De tempos em tempos, quando as pessoas começavam a perguntar onde eu estava, eu aparecia, ficava um pouco com a família e, quando achava que a barra estava limpa, voltava para trás do sofá...
Sim, hoje muita coisa mudou. A família encolheu, o apartamento é outro e o sofá também. Hoje passo a festa com as pessoas de quem gosto, e ficamos juntos, e sinto saudade do meu avô, e sinto saudade do meu primo, e às vezes é ruim, mas a maior parte do tempo é bom.
Se eu aprendi a estar com as pessoas? Não. Isso tudo é só porque eu não caibo mais atrás do sofá.
Sim, hoje muita coisa mudou. A família encolheu, o apartamento é outro e o sofá também. Hoje passo a festa com as pessoas de quem gosto, e ficamos juntos, e sinto saudade do meu avô, e sinto saudade do meu primo, e às vezes é ruim, mas a maior parte do tempo é bom.
Se eu aprendi a estar com as pessoas? Não. Isso tudo é só porque eu não caibo mais atrás do sofá.
sábado, 22 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Roubado do Orkut da Rezinha
May the sun bring you new energy every day.
May the moon softly restore you by night.
May the rain wash away your worries.
May the breeze blow new strength into your being.
May you walk gently through the world and know its beauty all the days of your life.
Apache Blessing
May the moon softly restore you by night.
May the rain wash away your worries.
May the breeze blow new strength into your being.
May you walk gently through the world and know its beauty all the days of your life.
Apache Blessing
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Promessa
Como o calor de uma ausência recente.
Como a onda que molha a areia e depois recua.
Como o perfume de um estranho que nos lembra um momento bom.
Como a canção que uma criança balbucia enquanto brinca.
Como o silêncio que fica depois que a gente termina de rezar.
Eu vou estar aqui.
Como a onda que molha a areia e depois recua.
Como o perfume de um estranho que nos lembra um momento bom.
Como a canção que uma criança balbucia enquanto brinca.
Como o silêncio que fica depois que a gente termina de rezar.
Eu vou estar aqui.
Sabedoria televisiva
The goal in life is not to eliminate misery, it's to keep misery at the minimum.
House M.D.
House M.D.
sábado, 15 de dezembro de 2007
O pior, mas o pior mesmo
é que eu entendo.
Não muda nada, não ajuda em nada, não resolve nada.
Mas eu sei exatamente o que está acontecendo.
Não muda nada, não ajuda em nada, não resolve nada.
Mas eu sei exatamente o que está acontecendo.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Além de fonte para pesquisa ou deleite literário, a lírica galego-portuguesa do séc. XIII pode servir ainda – e servirá – como um interessante pretexto para essa breve e imprecisa reflexão a respeito do uso dos termos amigo/amiga. À época citada, as palavras amigo/amiga guardavam um duplo e belo sentido mais próximo do seu original. Em latim, Amicus não apenas denotava aquele por quem se tinha amizade, mas servia também para designar um favorito, um protetor, o homem amado. Amica, por sua vez, era aquela que ama, a amante, a amada. Ambos derivavam do verbo amare, que dispensa traduções.
Nas cantigas medievais galego-portuguesas, esse significado se preserva: o Eu-lírico feminino das Cantigas de Amigo utiliza indistintamente as palavras amigo/amado para referir-se ao seu objeto de afeição. Acostumado ao sentido distinto dos termos, o leitor contemporâneo talvez se confunda com isso, mas em pouco tempo percebe que a sua leitura ganha uma beleza adicional: o poema acaba por lhe oferecer a delicadeza de fundir os dois tipos de amor. O mesmo se passa nas Cantigas de Amor, nas quais o Eu-lírico masculino se refere igualmente a uma amiga/amada. (Ele se refere a ela, no entanto, principalmente como senhora, o que abre uma outra série de matizes que não nos interessa discutir aqui.)
O fato é que o duplo sentido do termo se conservou por longo tempo até que amigo/amado concentrassem significados diversos. Ainda no séc. XIX, Moraes e Silva considera amante como o segundo sentido do verbete amigo; amiga traz imediatemento o sentido de amásia, concubina. Apenas nos nossos dias os significados divergem no linguajar comum, mas ainda assim os dicionários conservam a origem e o sentido especial da palavra amigo.
É interessante observar que no francês deu-se fenômeno diverso, o duplo sentido conservou-se: petit ami/petite amie (literalmente pequeno amigo/pequena amiga) significam igualmente namorados, amados, amantes.
Acompanhar as palavras através dos séculos pode exigir um bocado de paciência e dedicação; para o verdadeiro filólogo, no entanto, não há nada mais fascinante.
Nas cantigas medievais galego-portuguesas, esse significado se preserva: o Eu-lírico feminino das Cantigas de Amigo utiliza indistintamente as palavras amigo/amado para referir-se ao seu objeto de afeição. Acostumado ao sentido distinto dos termos, o leitor contemporâneo talvez se confunda com isso, mas em pouco tempo percebe que a sua leitura ganha uma beleza adicional: o poema acaba por lhe oferecer a delicadeza de fundir os dois tipos de amor. O mesmo se passa nas Cantigas de Amor, nas quais o Eu-lírico masculino se refere igualmente a uma amiga/amada. (Ele se refere a ela, no entanto, principalmente como senhora, o que abre uma outra série de matizes que não nos interessa discutir aqui.)
O fato é que o duplo sentido do termo se conservou por longo tempo até que amigo/amado concentrassem significados diversos. Ainda no séc. XIX, Moraes e Silva considera amante como o segundo sentido do verbete amigo; amiga traz imediatemento o sentido de amásia, concubina. Apenas nos nossos dias os significados divergem no linguajar comum, mas ainda assim os dicionários conservam a origem e o sentido especial da palavra amigo.
É interessante observar que no francês deu-se fenômeno diverso, o duplo sentido conservou-se: petit ami/petite amie (literalmente pequeno amigo/pequena amiga) significam igualmente namorados, amados, amantes.
Acompanhar as palavras através dos séculos pode exigir um bocado de paciência e dedicação; para o verdadeiro filólogo, no entanto, não há nada mais fascinante.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Da Série Coisas que eu gostaria de ter escrito
"Dizem que se você acender umas velas, ficar na frente do espelho à meia-noite e repetir "supercordas" 7 vezes, uma delas aparece para você. Eu já tentei fazer isso, mas sempre fico com medo."
Mas quem escreveu foi ele.
Mas quem escreveu foi ele.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Pessoas queridas,
vão até o blog do Nelson (clicando aqui) e leiam o conto “Sax, flauta e cavaquinho” enquanto eu faço o estudo dirigido de biofísica.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
O acesso de riso do dia
Recebi por e-mail um "convite" de um ex-professor para o curso de especialização Gramática e Ensino de Língua Portuguesa.
Infindável é a misericórdia do Senhor
Hoje, em uma conversa telefônica, usei alegre e espontaneamente a palavra "escrutínio".
Regozijai-vos, ainda há lugar para mim entre os alfabetizados.
Regozijai-vos, ainda há lugar para mim entre os alfabetizados.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
“As I always say, if it's not baroque, don't fix it!”
Finalmente consegui assistir à Bela e a Fera.
Mais fácil perguntar em que partes eu não chorei.
...
Tá, uma curiosidade importante, eu realmente preciso perguntar:
Naquela cena
- I want to do something for her... but what?
- Well, there's the usual things: flowers... chocolates... promises you don't intend to keep...
Todo mundo automaticamente pensa na biblioteca, certo? É o óbvio,... não é?
Mais fácil perguntar em que partes eu não chorei.
...
Tá, uma curiosidade importante, eu realmente preciso perguntar:
Naquela cena
- I want to do something for her... but what?
- Well, there's the usual things: flowers... chocolates... promises you don't intend to keep...
Todo mundo automaticamente pensa na biblioteca, certo? É o óbvio,... não é?
sábado, 1 de dezembro de 2007
E finalmente Jim Caviezel e seu private Witt
Tentei, mas não consigo fazer um post sobre ele.
Aqui, um link para o You Tube com a seqüência-clímax do personagem. Se por acaso você não viu o filme, mas pretende vê-lo, não assista a esse trecho, é tremendamente spoilerish.
O filme (The Thin Red Line, Terrence Malick, 1998) é um pouco cansativo, mas é muito bom. Acho essa seqüência especialmente bonita, mas tem que conhecer o personagem para entendê-la. Gosto do jeito como ela foi feita, porque aquilo é mostrado sem vaidade e a questão não é enobrecer a atitude do soldado, mas mostrar que no fim ele entendeu o que precisava entender.
...
Ou não. Ou serve apenas para mostrar que nada faz sentido.
Aqui, um link para o You Tube com a seqüência-clímax do personagem. Se por acaso você não viu o filme, mas pretende vê-lo, não assista a esse trecho, é tremendamente spoilerish.
O filme (The Thin Red Line, Terrence Malick, 1998) é um pouco cansativo, mas é muito bom. Acho essa seqüência especialmente bonita, mas tem que conhecer o personagem para entendê-la. Gosto do jeito como ela foi feita, porque aquilo é mostrado sem vaidade e a questão não é enobrecer a atitude do soldado, mas mostrar que no fim ele entendeu o que precisava entender.
...
Ou não. Ou serve apenas para mostrar que nada faz sentido.
Da Série Dialogos com meu ex-ogro consorte ou Há coisas nele que eu sempre vou amar
Ainda no mesmo telefonema, ele me contou algo que, segundo ele mesmo, não deveria me contar:
- Tenho tido um sonho recorrente. É assim: sonho que estou sendo morto. O jeito varia, tiro, facada, etc. Mas sempre, enquanto estou morrendo, só consigo pensar que preciso ligar para ti.
É, eu sei, não é algo que se ouça impassível, mas não vou comentar isso aqui. As coisas (as pessoas, na verdade) são o que são. E vão continuar assim. Sem novidade no fronte.
Só conto isso porque a partir daí ele mesmo inventou uma história que bem poderia ser um curta ou um conto. É assim:
A velhinha vai atender a porta, é a Morte:
- Bom dia, minha senhora, vim buscar o pedaço da alma de Fulano.
- Hein?
- Fulano, foi seu namorado. A senhora ficou com um pedaço da alma dele. Estou levando-o embora, então preciso dessa parte também.
A velhinha, naturalmente, não se lembra de onde deixou o pedaço de alma e a história continuava com a Morte e a velhinha revirando a casa da última atrás dele. O curta/conto acaba com o velhinho Fulano curtindo a vida; graças à bagunça da velhinha, a Morte nunca conseguiu encontrar o que precisava.
- Tenho tido um sonho recorrente. É assim: sonho que estou sendo morto. O jeito varia, tiro, facada, etc. Mas sempre, enquanto estou morrendo, só consigo pensar que preciso ligar para ti.
É, eu sei, não é algo que se ouça impassível, mas não vou comentar isso aqui. As coisas (as pessoas, na verdade) são o que são. E vão continuar assim. Sem novidade no fronte.
Só conto isso porque a partir daí ele mesmo inventou uma história que bem poderia ser um curta ou um conto. É assim:
A velhinha vai atender a porta, é a Morte:
- Bom dia, minha senhora, vim buscar o pedaço da alma de Fulano.
- Hein?
- Fulano, foi seu namorado. A senhora ficou com um pedaço da alma dele. Estou levando-o embora, então preciso dessa parte também.
A velhinha, naturalmente, não se lembra de onde deixou o pedaço de alma e a história continuava com a Morte e a velhinha revirando a casa da última atrás dele. O curta/conto acaba com o velhinho Fulano curtindo a vida; graças à bagunça da velhinha, a Morte nunca conseguiu encontrar o que precisava.
OBS
Antes que alguém venha me corrigir, querendo me ensinar a diferença entre história e estória, já adianto que o uso do termo é sempre proposital.
Da Série Dialogos com meu ex-ogro consorte ou In the rabbit hole
No desespero de um efetivo contato humano, i.e., na necessidade de se comunicar com um ser de espécie semelhante, liguei para ele. Não me recrimine, bem ou mal ele ainda é um dos meus melhores amigos. Sempre foi e nunca vai deixar de ser. Porque ele é uma daquelas pessoas que conseguem me fazer rir e que têm paciência para me deixar chorar e, principalmente, porque ele entende o que eu digo, o que eu achei que era totalmente corriqueiro e de repente descobri que não, que entender o que eu estou dizendo pode ser surpreendentemente difícil.
É uma sensação estranha, não? Você está conversando sobre alguma coisa e começa a se dar conta de que as outras pessoas não estão entendendo o que você está dizendo. Como... não sei ao certo... como se você falasse uma espécie de híbrido, um portunhol, digamos assim. Uma parte do que você diz é na mesma língua dos demais, mas uma parte não é, e essa as pessoas simplesmente não conseguem entender. É muito, muito estranho ter que modular seu vocabulário para se fazer entender (eu sei que isso soa terrivelmente arrogante, mas não é... não, peraí, sim! Isso É terrivelmente arrogante, and so what?! Foda-se!), mas principalmente: isso é tremendamente cansativo! É incrível, mas se comunicar cansa e você simplesmente começa a se entendiar de tudo a ponto de pensar em desistir: “se comunicar para quê mesmo?” [há exceções, meus amores, há exceções. Porque o Universo (ou Deus, ou chame do que quiser, para mim não faz a menor diferença) é legal comigo mesmo que eu seja uma baita chata, ingrata e reclamona.]
Mas não era sobre isso que eu queria falar. Está difícil entrar no assunto. O fato é que a gente conversou sobre várias coisas importantes e pelo menos deu para aliviar um pouco essa sensação ruim. E deu para falar bobagem e pensar sobre coisas que achei interessantes, aqui está uma delas:
Ele me contou que, conversando com uns amigos, surgiu a pergunta "que personagem de filme você queria ser?" (tá, você vai achar que a pergunta é idiota, mas é divertido, vai.) E ele respondeu que queria ser o personagem do Jim Caviezel no Além da Linha Vermelha. Todos os amigos escolheram personagens que "comiam a gostosona" do filme. Não preciso prosseguir com nenhuma reflexão aqui, preciso? Se você é uma das pessoas que conviveu com meu ex-ogro consorte sabe o tom irônico/amargo/desiludido com que ele fez seus comentários. Até aí nada demais. É que pensando nessa idéia de "identifique-se com um personagem" não fiquei pensando propriamente em filmes, mas em contos de fadas – porque foi um assunto que havia surgido entre meus amigos da medicina.
Então, quem é você nos contos de fadas, ou qual seu conto de fadas favorito? Quando eu era bem pequena (por volta dos três anos), minha historinha preferida era Os Três Porquinhos (um triunfo da inteligência sobre a força bruta?), mas logo que eu cresci um pouco, meu conto de fadas preferido se tornou Alice no País das Maravilhas. Não o filme da Disney propriamente. Era um daqueles LPs coloridos que em vez de música traziam historinhas, eu tinha vários. Alice era um deles e eu sabia todo de cor. Dos contos de fadas, de longe esse era o meu preferido.
A questão é que Alice não é propriamente um conto de fadas, é? Achei divertido e me peguei pensando no que isso diz a meu respeito...
Alice não tem Príncipe Encantado, nem Fada Madrinha. Ninguém vai salvá-la, ninguém vai lhe dar recursos além dela mesma. "Eu sou Alice e estou à procura do coelho branco" - ela dizia umas mil vezes no disquinho. É movida pela própria curiosidade que ela vai atrás do "coelho branco" e é por isso que ela cai no País das Maravilhas. Não há maldição de bruxa, ela está lá inteiramente por "culpa" sua. Sozinha, ela precisa fazer algum sentido daquele mundo. Alice me parece basicamente uma história sobre tentar compreender. Sobre aprender o suficiente para "encontrar o coelho branco". Mais interessante é que no final a gente descobre que tudo aquilo não era senão um sonho dela e o que parece ser uma busca "no mundo" é na verdade uma busca que ela empreende dentro dela mesma. Uma bela alegoria sobre o auto-conhecimento?
Gostei de pensar que sim, mas não posso deixar de me dar conta de uma coisa: essa é uma história tremendamente solitária, não é? E Alice não termina "feliz para sempre".
É uma sensação estranha, não? Você está conversando sobre alguma coisa e começa a se dar conta de que as outras pessoas não estão entendendo o que você está dizendo. Como... não sei ao certo... como se você falasse uma espécie de híbrido, um portunhol, digamos assim. Uma parte do que você diz é na mesma língua dos demais, mas uma parte não é, e essa as pessoas simplesmente não conseguem entender. É muito, muito estranho ter que modular seu vocabulário para se fazer entender (eu sei que isso soa terrivelmente arrogante, mas não é... não, peraí, sim! Isso É terrivelmente arrogante, and so what?! Foda-se!), mas principalmente: isso é tremendamente cansativo! É incrível, mas se comunicar cansa e você simplesmente começa a se entendiar de tudo a ponto de pensar em desistir: “se comunicar para quê mesmo?” [há exceções, meus amores, há exceções. Porque o Universo (ou Deus, ou chame do que quiser, para mim não faz a menor diferença) é legal comigo mesmo que eu seja uma baita chata, ingrata e reclamona.]
Mas não era sobre isso que eu queria falar. Está difícil entrar no assunto. O fato é que a gente conversou sobre várias coisas importantes e pelo menos deu para aliviar um pouco essa sensação ruim. E deu para falar bobagem e pensar sobre coisas que achei interessantes, aqui está uma delas:
Ele me contou que, conversando com uns amigos, surgiu a pergunta "que personagem de filme você queria ser?" (tá, você vai achar que a pergunta é idiota, mas é divertido, vai.) E ele respondeu que queria ser o personagem do Jim Caviezel no Além da Linha Vermelha. Todos os amigos escolheram personagens que "comiam a gostosona" do filme. Não preciso prosseguir com nenhuma reflexão aqui, preciso? Se você é uma das pessoas que conviveu com meu ex-ogro consorte sabe o tom irônico/amargo/desiludido com que ele fez seus comentários. Até aí nada demais. É que pensando nessa idéia de "identifique-se com um personagem" não fiquei pensando propriamente em filmes, mas em contos de fadas – porque foi um assunto que havia surgido entre meus amigos da medicina.
Então, quem é você nos contos de fadas, ou qual seu conto de fadas favorito? Quando eu era bem pequena (por volta dos três anos), minha historinha preferida era Os Três Porquinhos (um triunfo da inteligência sobre a força bruta?), mas logo que eu cresci um pouco, meu conto de fadas preferido se tornou Alice no País das Maravilhas. Não o filme da Disney propriamente. Era um daqueles LPs coloridos que em vez de música traziam historinhas, eu tinha vários. Alice era um deles e eu sabia todo de cor. Dos contos de fadas, de longe esse era o meu preferido.
A questão é que Alice não é propriamente um conto de fadas, é? Achei divertido e me peguei pensando no que isso diz a meu respeito...
Alice não tem Príncipe Encantado, nem Fada Madrinha. Ninguém vai salvá-la, ninguém vai lhe dar recursos além dela mesma. "Eu sou Alice e estou à procura do coelho branco" - ela dizia umas mil vezes no disquinho. É movida pela própria curiosidade que ela vai atrás do "coelho branco" e é por isso que ela cai no País das Maravilhas. Não há maldição de bruxa, ela está lá inteiramente por "culpa" sua. Sozinha, ela precisa fazer algum sentido daquele mundo. Alice me parece basicamente uma história sobre tentar compreender. Sobre aprender o suficiente para "encontrar o coelho branco". Mais interessante é que no final a gente descobre que tudo aquilo não era senão um sonho dela e o que parece ser uma busca "no mundo" é na verdade uma busca que ela empreende dentro dela mesma. Uma bela alegoria sobre o auto-conhecimento?
Gostei de pensar que sim, mas não posso deixar de me dar conta de uma coisa: essa é uma história tremendamente solitária, não é? E Alice não termina "feliz para sempre".
Antes de tudo
Se eu não posso explicar, não consigo me comunicar. Não consigo escrever aqui, porque não consigo refletir. Talvez não pareça, mas eu basicamente explico o mundo para mim mesma. Ajuda na comunicação com as pessoas (não atualmente, atualmente nada mais ajuda), mas antes de tudo, me ajuda a criar um mundo na qual eu mais ou menos consiga me mover (não mais, agora está se tornando impossível).
Provavelmente eu também não deveria estar explicando isso, mas, por mais que eu me esforce, não posso deixar de ser eu.
Provavelmente eu também não deveria estar explicando isso, mas, por mais que eu me esforce, não posso deixar de ser eu.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
E de novo
Porque eu sou professora, então aprendi que é bom a gente explicar uma coisa cinqüenta vezes, de cinqüenta maneiras diferentes para que todos os cinqüenta(???) alunos entendam.
É assim:
A maioria das crianças gosta de brincar de pega-pega. Você prefere brincar de esconder. Todo mundo brinca de pega-pega, então você participa meio de canto, mas brinca junto, afinal é a brincadeira preferida de todo mundo. Um belo dia, brincando de outra coisa sozinha no pátio da escola - coisa que você tem o hábito de fazer - você descobre que mais alguém que brincava de pega-pega também prefere mesmo é brincar de esconder.
Paro aqui, um pouco abruptamente, porque melhor do que essa eu não vou encontrar.
E deixo vocês com a imagem de duas crianças sorrindo.
É assim:
A maioria das crianças gosta de brincar de pega-pega. Você prefere brincar de esconder. Todo mundo brinca de pega-pega, então você participa meio de canto, mas brinca junto, afinal é a brincadeira preferida de todo mundo. Um belo dia, brincando de outra coisa sozinha no pátio da escola - coisa que você tem o hábito de fazer - você descobre que mais alguém que brincava de pega-pega também prefere mesmo é brincar de esconder.
Paro aqui, um pouco abruptamente, porque melhor do que essa eu não vou encontrar.
E deixo vocês com a imagem de duas crianças sorrindo.
Esse post será confuso
E provavelmente inacreditável. Não faz mal. É mais ou menos assim:
Você joga xadrez, mas é uma espécie de Xadrez Próprio. A média humana joga outro tipo de xadrez, tipo esse cujas regras você não entende (e muito menos domina), o que torna você uma péssima jogadora de Xadrez da Média Humana. Muito raramente você encontra uma pessoa que também joga Xadrez Próprio (parêntese importante: cada Xadrez Próprio é individual, o que se descobre é que certas regras são comuns e que é relativamente fácil se adaptar àquelas que não são) e é muito, muito legal.
O fator complicador dessa história é o seguinte:
Acostumados a viver no Mundo da Média Humana, todos os jogadores de Xadrez Próprio tendem a interpretar os movimentos dos demais como movimentos de Xadrez da Média Humana. Resulta disso que jogador de Xadrez Próprio A pensa que deve jogar Xadrez da Média Humana com jogador de Xadrez Próprio B, e vice-versa, quando, na verdade, ambos apreciam mesmo é Xadrez Próprio, mas enxergam tudo como Xadrez da Média Humana por força das circunstâncias. A explicação está péssima, né?
Vou tentar de novo.
Não se apeguem aos idiomas escolhidos, mas à metáfora. (Oi, metáfora)
Imagine que você está na Tailândia e conhece uma pessoa. Você só sabe português e inglês e imagina que a pessoa em questão fala tailandês. Durante algum tempo, vocês provavelmente tentarão se comunicar em inglês imaginando que esse é um idioma comum para ambos, já que tanta gente fala inglês. Mas o inglês não é sua língua nativa, nem a da outra pessoa. Imagine agora quantas dificuldades de compreensão mútua, quantos erros de interpretação, quantas palavras equivocadas serão trocadas. Mas, tudo bem, vocês se conformam, afinal de contas esse é o idioma disponível. Qual não é a sua surpresa, então, quando você vê a pessoa atender o telefone e falar... espanhol! Sim, vocês continuam tendo idiomas nativos diferentes, mas agora é tão mais parecido! E vocês têm a vantagem de não precisarem optar pelo inglês simplesmente porque essa é a língua que todo mundo fala! Não é infinitamente mais divertido?
...
Hummm, não tenho muita certeza se eu consegui expressar o que eu queria, mas enfim... eu avisei que o post era confuso; não me aporrinhem, que eu ando com a paciência de um bulldog gripado!
Você joga xadrez, mas é uma espécie de Xadrez Próprio. A média humana joga outro tipo de xadrez, tipo esse cujas regras você não entende (e muito menos domina), o que torna você uma péssima jogadora de Xadrez da Média Humana. Muito raramente você encontra uma pessoa que também joga Xadrez Próprio (parêntese importante: cada Xadrez Próprio é individual, o que se descobre é que certas regras são comuns e que é relativamente fácil se adaptar àquelas que não são) e é muito, muito legal.
O fator complicador dessa história é o seguinte:
Acostumados a viver no Mundo da Média Humana, todos os jogadores de Xadrez Próprio tendem a interpretar os movimentos dos demais como movimentos de Xadrez da Média Humana. Resulta disso que jogador de Xadrez Próprio A pensa que deve jogar Xadrez da Média Humana com jogador de Xadrez Próprio B, e vice-versa, quando, na verdade, ambos apreciam mesmo é Xadrez Próprio, mas enxergam tudo como Xadrez da Média Humana por força das circunstâncias. A explicação está péssima, né?
Vou tentar de novo.
Não se apeguem aos idiomas escolhidos, mas à metáfora. (Oi, metáfora)
Imagine que você está na Tailândia e conhece uma pessoa. Você só sabe português e inglês e imagina que a pessoa em questão fala tailandês. Durante algum tempo, vocês provavelmente tentarão se comunicar em inglês imaginando que esse é um idioma comum para ambos, já que tanta gente fala inglês. Mas o inglês não é sua língua nativa, nem a da outra pessoa. Imagine agora quantas dificuldades de compreensão mútua, quantos erros de interpretação, quantas palavras equivocadas serão trocadas. Mas, tudo bem, vocês se conformam, afinal de contas esse é o idioma disponível. Qual não é a sua surpresa, então, quando você vê a pessoa atender o telefone e falar... espanhol! Sim, vocês continuam tendo idiomas nativos diferentes, mas agora é tão mais parecido! E vocês têm a vantagem de não precisarem optar pelo inglês simplesmente porque essa é a língua que todo mundo fala! Não é infinitamente mais divertido?
...
Hummm, não tenho muita certeza se eu consegui expressar o que eu queria, mas enfim... eu avisei que o post era confuso; não me aporrinhem, que eu ando com a paciência de um bulldog gripado!
Depois, quando eu digo que o Universo cuida bem de mim, as pessoas pensam que eu sou uma esquisotérica deslumbrada
Ganhar um presente é bom.
Ganhar um presente inesperado é ainda melhor.
ESSAS são as coisas que realmente me importam.
Ganhar um presente inesperado é ainda melhor.
ESSAS são as coisas que realmente me importam.
Férias
Meu senso de humor já foi na frente, disse que eu alcanço ele depois.
Tá faltando energia até para fazer de conta que tá dando para levar. Os sistemas vão colapsando um por um, é uma delícia. Quando é que vai chegar no respiratório ou no cardiovascular, hein? Hein? Hein? Pleeeeeeeeease!
Somebody shoot me already!
Tá faltando energia até para fazer de conta que tá dando para levar. Os sistemas vão colapsando um por um, é uma delícia. Quando é que vai chegar no respiratório ou no cardiovascular, hein? Hein? Hein? Pleeeeeeeeease!
Somebody shoot me already!
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
Da série Diálogos
Conversando com a minha mãe sobre pós-modernidade e pós-colonialismo:
- Viu só, até que eu continuo inteligente.
- É, apesar da medicina.
- Viu só, até que eu continuo inteligente.
- É, apesar da medicina.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
terça-feira, 20 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Post com instruções
(Esse post deve ser lido com a maior doçura possível, numa voz gentil, quase sussurrada. Não, não me entenda mal, não é um sussurro de insinuação, não. Nada de malícia. Esse post deve ser lido com a voz que se usaria com uma criancinha muito pequena, que ainda não entende bem as palavras. Com a voz de uma pessoa que conhece muitas formas de amar, e não uma única. Sussurro para acarinhar um bichinho ferido e assustado.)
Sim, eu sei, alguns processos delicados devem ser deixados acontecendo em silêncio. Lentamente.
Porque às vezes o contato só é possível à distância. E a doçura só se expressa na ausência.
Porque, às vezes, o máximo de carinho que se pode ter é o calor de uma mão estendida em direção à outra.
E é o suficiente.
Sim, eu sei, alguns processos delicados devem ser deixados acontecendo em silêncio. Lentamente.
Porque às vezes o contato só é possível à distância. E a doçura só se expressa na ausência.
Porque, às vezes, o máximo de carinho que se pode ter é o calor de uma mão estendida em direção à outra.
E é o suficiente.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Citação roubada lá da Giorgia
"É preciso estar sempre embriagado. (...). Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se."
Charles Baudelaire
(Na falta das outras duas - hic! - a gente fica com álcool.)
(Para ler a Giorgia? Clique aqui.)
Charles Baudelaire
(Na falta das outras duas - hic! - a gente fica com álcool.)
(Para ler a Giorgia? Clique aqui.)
Gente Inconveniente
Professor de Bioquímica perguntando diante da turma toda (roda pedagógica cretina, sabe?) qual era a marca do meu sabonete e se eu tomava banho para ficar "cheirosinha e gostosinha para o namorado". Na aula que vem é a cor da minha calcinha? A marca do absorvente?
Senhor Professor de Bioquímica, com todo o respeito, vá tomar bem no meio do seu "cú".
Pela atenção, obrigada.
Senhor Professor de Bioquímica, com todo o respeito, vá tomar bem no meio do seu "cú".
Pela atenção, obrigada.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Final do semestre
Cinco semanas, nove provas, duas olheiras, trezentas e vinte cinco xícaras de café e trezentas e vinte seis pastilhas de anti-ácido.
Prioridade: manutenção dos sinais vitais.
Prioridade: manutenção dos sinais vitais.
"Um revólver é um grande argumento,
mas um fuzil é uma verdade científica."
Malvados é uma luz na escuridão.
mas um fuzil é uma verdade científica."
Malvados é uma luz na escuridão.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Da Série Coisas que eu gostaria de ter escrito
"Pamela Anderson cobrou 250 mil dólares por uma noite de sexo. Imagina quanto ela cobraria pra assistir a um filme do Bergman."
Mas quem escreveu foi ele.
(E eu que assisto Bergman de graça e com quase qualquer um?!?!?!?! Meu deus, eu sou repulsiva!
- Eu sei muito bem onde tu estavas! Era "O Sétimo Selo não era"?!?! Eu sei que era! Eu pensava que podia confiar em ti!
- Perdão! Perdão! Foi um erro! Eu estava bêbada e ..."Morangos Silvestres", entende?)
Mas quem escreveu foi ele.
(E eu que assisto Bergman de graça e com quase qualquer um?!?!?!?! Meu deus, eu sou repulsiva!
- Eu sei muito bem onde tu estavas! Era "O Sétimo Selo não era"?!?! Eu sei que era! Eu pensava que podia confiar em ti!
- Perdão! Perdão! Foi um erro! Eu estava bêbada e ..."Morangos Silvestres", entende?)
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