segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Sim
Eu preciso desse tempo aqui, em silêncio. Porque é ótimo jantarchurrascoamigosecreto(ganhei cremes perfumados, tão bom!)festadenatal, e eu gosto muito, realmente gosto muito de todas essas pessoas. E ontem foi especial, porque ontem ela me abraçou, e ela está com uma barriga linda!, e eu sabia que estava ganhando dois abraços ao mesmo tempo. Mas, desculpem, é um bocado de esforço tudo isso tantas vezes. E eu preciso desse tempo aqui, para meditar, para escrever, para tentar fazer sentido, para cicatrizar um pouco, para descansar outro tanto. Preciso finalmente me sentir cansada e parar o reflexo de me defender de tudo. Provavelmente a melhor coisa seria voltar para os braços das pessoas do “meu mundo”. Mas não agora. Preciso de tempo, o meu tempo. Preciso que a vida ganhe de novo o meu ritmo, o meu jeito, preciso colocar muitas coisas no papel, preciso tirar outras tantas dele. Preciso, sim, das pessoas que eu amo, mas não imediatamente. Preciso antes daquele espaço. Aquele espaço dentro de mim que ficou dolorido demais. Preciso daquele silêncio que sobra quando as pessoas todas estão fora de casa. Preciso de um pouco de música, mas não tanto que ocupe o lugar que eu tenho que reencontrar. Preciso conciliar as várias coisas dispersas que se espalham pelo chão quando eu penso demais. Preciso perdoar muitas coisas e ficar braba com outras tantas e nunca perder de vista o que eu sou capaz de fazer, porque isso é ainda mais importante do que o que eu vim buscar.
Foi um ano difícil.
E ainda assim eu tenho tanto para agradecer.
Foi um ano difícil.
E ainda assim eu tenho tanto para agradecer.
Cara, que pérola isso aqui!
"Mestre Delih Responde
Mestre,
Serei bem objetiva: não sou bonita. E embora não me lamente nem me faça de vítima, pois sei que tenho diversos outros talentos que não a beleza, gostaria de saber sua opinião sobre o assunto. Então responda sinceramente: beleza é fundamental?
Joana
Cara Joana,
Uma coisa é certa: as pessoas bonitas tendem a ser melhor tratadas e a receber mais atenção por parte de todos. Isso é um fato. E acontece desde a mais tenra infância. Portanto, num certo sentido a vida é mais fácil, sim, para as pessoas belas. Entretanto, justamente porque a existência é mais áspera para aqueles desprovidos de beleza, eles tendem a desenvolver outros talentos, a ser pessoas mais questionadoras e portanto mais agudas de pensamento do que os muito belos. E neste ponto você deve estar se perguntando: será verdade que o Mestre Delih está escrevendo um texto na linha Polliana? Ao que eu respondo: não estou, não. Porque não se iluda: as pessoas bonitas são indiscutivelmente mais felizes.
Mestre Delih
Está chupando limão."
Na recém encontrada fonte de alegria Uma Dama Não Comenta.
Mestre,
Serei bem objetiva: não sou bonita. E embora não me lamente nem me faça de vítima, pois sei que tenho diversos outros talentos que não a beleza, gostaria de saber sua opinião sobre o assunto. Então responda sinceramente: beleza é fundamental?
Joana
Cara Joana,
Uma coisa é certa: as pessoas bonitas tendem a ser melhor tratadas e a receber mais atenção por parte de todos. Isso é um fato. E acontece desde a mais tenra infância. Portanto, num certo sentido a vida é mais fácil, sim, para as pessoas belas. Entretanto, justamente porque a existência é mais áspera para aqueles desprovidos de beleza, eles tendem a desenvolver outros talentos, a ser pessoas mais questionadoras e portanto mais agudas de pensamento do que os muito belos. E neste ponto você deve estar se perguntando: será verdade que o Mestre Delih está escrevendo um texto na linha Polliana? Ao que eu respondo: não estou, não. Porque não se iluda: as pessoas bonitas são indiscutivelmente mais felizes.
Mestre Delih
Está chupando limão."
Na recém encontrada fonte de alegria Uma Dama Não Comenta.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Então é Nataaaaal...
Morávamos no outro apartamento. Eu era criança. As festas de natal já eram lá em casa, sempre foram. Nessas ocasiões, eu costumava passar a maior parte da noite escondida atrás do sofá. Eu levava para lá os brinquedos que tinha recém ganhado, mais o prato com a janta e um copo de refri. Eventualmente, eu seqüestrava uma garrafa inteira, o que possibilitava uma freqüência ainda menor de saídas de trás do sofá. De tempos em tempos, quando as pessoas começavam a perguntar onde eu estava, eu aparecia, ficava um pouco com a família e, quando achava que a barra estava limpa, voltava para trás do sofá...
Sim, hoje muita coisa mudou. A família encolheu, o apartamento é outro e o sofá também. Hoje passo a festa com as pessoas de quem gosto, e ficamos juntos, e sinto saudade do meu avô, e sinto saudade do meu primo, e às vezes é ruim, mas a maior parte do tempo é bom.
Se eu aprendi a estar com as pessoas? Não. Isso tudo é só porque eu não caibo mais atrás do sofá.
Sim, hoje muita coisa mudou. A família encolheu, o apartamento é outro e o sofá também. Hoje passo a festa com as pessoas de quem gosto, e ficamos juntos, e sinto saudade do meu avô, e sinto saudade do meu primo, e às vezes é ruim, mas a maior parte do tempo é bom.
Se eu aprendi a estar com as pessoas? Não. Isso tudo é só porque eu não caibo mais atrás do sofá.
sábado, 22 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Roubado do Orkut da Rezinha
May the sun bring you new energy every day.
May the moon softly restore you by night.
May the rain wash away your worries.
May the breeze blow new strength into your being.
May you walk gently through the world and know its beauty all the days of your life.
Apache Blessing
May the moon softly restore you by night.
May the rain wash away your worries.
May the breeze blow new strength into your being.
May you walk gently through the world and know its beauty all the days of your life.
Apache Blessing
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Promessa
Como o calor de uma ausência recente.
Como a onda que molha a areia e depois recua.
Como o perfume de um estranho que nos lembra um momento bom.
Como a canção que uma criança balbucia enquanto brinca.
Como o silêncio que fica depois que a gente termina de rezar.
Eu vou estar aqui.
Como a onda que molha a areia e depois recua.
Como o perfume de um estranho que nos lembra um momento bom.
Como a canção que uma criança balbucia enquanto brinca.
Como o silêncio que fica depois que a gente termina de rezar.
Eu vou estar aqui.
Sabedoria televisiva
The goal in life is not to eliminate misery, it's to keep misery at the minimum.
House M.D.
House M.D.
sábado, 15 de dezembro de 2007
O pior, mas o pior mesmo
é que eu entendo.
Não muda nada, não ajuda em nada, não resolve nada.
Mas eu sei exatamente o que está acontecendo.
Não muda nada, não ajuda em nada, não resolve nada.
Mas eu sei exatamente o que está acontecendo.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Além de fonte para pesquisa ou deleite literário, a lírica galego-portuguesa do séc. XIII pode servir ainda – e servirá – como um interessante pretexto para essa breve e imprecisa reflexão a respeito do uso dos termos amigo/amiga. À época citada, as palavras amigo/amiga guardavam um duplo e belo sentido mais próximo do seu original. Em latim, Amicus não apenas denotava aquele por quem se tinha amizade, mas servia também para designar um favorito, um protetor, o homem amado. Amica, por sua vez, era aquela que ama, a amante, a amada. Ambos derivavam do verbo amare, que dispensa traduções.
Nas cantigas medievais galego-portuguesas, esse significado se preserva: o Eu-lírico feminino das Cantigas de Amigo utiliza indistintamente as palavras amigo/amado para referir-se ao seu objeto de afeição. Acostumado ao sentido distinto dos termos, o leitor contemporâneo talvez se confunda com isso, mas em pouco tempo percebe que a sua leitura ganha uma beleza adicional: o poema acaba por lhe oferecer a delicadeza de fundir os dois tipos de amor. O mesmo se passa nas Cantigas de Amor, nas quais o Eu-lírico masculino se refere igualmente a uma amiga/amada. (Ele se refere a ela, no entanto, principalmente como senhora, o que abre uma outra série de matizes que não nos interessa discutir aqui.)
O fato é que o duplo sentido do termo se conservou por longo tempo até que amigo/amado concentrassem significados diversos. Ainda no séc. XIX, Moraes e Silva considera amante como o segundo sentido do verbete amigo; amiga traz imediatemento o sentido de amásia, concubina. Apenas nos nossos dias os significados divergem no linguajar comum, mas ainda assim os dicionários conservam a origem e o sentido especial da palavra amigo.
É interessante observar que no francês deu-se fenômeno diverso, o duplo sentido conservou-se: petit ami/petite amie (literalmente pequeno amigo/pequena amiga) significam igualmente namorados, amados, amantes.
Acompanhar as palavras através dos séculos pode exigir um bocado de paciência e dedicação; para o verdadeiro filólogo, no entanto, não há nada mais fascinante.
Nas cantigas medievais galego-portuguesas, esse significado se preserva: o Eu-lírico feminino das Cantigas de Amigo utiliza indistintamente as palavras amigo/amado para referir-se ao seu objeto de afeição. Acostumado ao sentido distinto dos termos, o leitor contemporâneo talvez se confunda com isso, mas em pouco tempo percebe que a sua leitura ganha uma beleza adicional: o poema acaba por lhe oferecer a delicadeza de fundir os dois tipos de amor. O mesmo se passa nas Cantigas de Amor, nas quais o Eu-lírico masculino se refere igualmente a uma amiga/amada. (Ele se refere a ela, no entanto, principalmente como senhora, o que abre uma outra série de matizes que não nos interessa discutir aqui.)
O fato é que o duplo sentido do termo se conservou por longo tempo até que amigo/amado concentrassem significados diversos. Ainda no séc. XIX, Moraes e Silva considera amante como o segundo sentido do verbete amigo; amiga traz imediatemento o sentido de amásia, concubina. Apenas nos nossos dias os significados divergem no linguajar comum, mas ainda assim os dicionários conservam a origem e o sentido especial da palavra amigo.
É interessante observar que no francês deu-se fenômeno diverso, o duplo sentido conservou-se: petit ami/petite amie (literalmente pequeno amigo/pequena amiga) significam igualmente namorados, amados, amantes.
Acompanhar as palavras através dos séculos pode exigir um bocado de paciência e dedicação; para o verdadeiro filólogo, no entanto, não há nada mais fascinante.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Da Série Coisas que eu gostaria de ter escrito
"Dizem que se você acender umas velas, ficar na frente do espelho à meia-noite e repetir "supercordas" 7 vezes, uma delas aparece para você. Eu já tentei fazer isso, mas sempre fico com medo."
Mas quem escreveu foi ele.
Mas quem escreveu foi ele.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Pessoas queridas,
vão até o blog do Nelson (clicando aqui) e leiam o conto “Sax, flauta e cavaquinho” enquanto eu faço o estudo dirigido de biofísica.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
O acesso de riso do dia
Recebi por e-mail um "convite" de um ex-professor para o curso de especialização Gramática e Ensino de Língua Portuguesa.
Infindável é a misericórdia do Senhor
Hoje, em uma conversa telefônica, usei alegre e espontaneamente a palavra "escrutínio".
Regozijai-vos, ainda há lugar para mim entre os alfabetizados.
Regozijai-vos, ainda há lugar para mim entre os alfabetizados.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
“As I always say, if it's not baroque, don't fix it!”
Finalmente consegui assistir à Bela e a Fera.
Mais fácil perguntar em que partes eu não chorei.
...
Tá, uma curiosidade importante, eu realmente preciso perguntar:
Naquela cena
- I want to do something for her... but what?
- Well, there's the usual things: flowers... chocolates... promises you don't intend to keep...
Todo mundo automaticamente pensa na biblioteca, certo? É o óbvio,... não é?
Mais fácil perguntar em que partes eu não chorei.
...
Tá, uma curiosidade importante, eu realmente preciso perguntar:
Naquela cena
- I want to do something for her... but what?
- Well, there's the usual things: flowers... chocolates... promises you don't intend to keep...
Todo mundo automaticamente pensa na biblioteca, certo? É o óbvio,... não é?
sábado, 1 de dezembro de 2007
E finalmente Jim Caviezel e seu private Witt
Tentei, mas não consigo fazer um post sobre ele.
Aqui, um link para o You Tube com a seqüência-clímax do personagem. Se por acaso você não viu o filme, mas pretende vê-lo, não assista a esse trecho, é tremendamente spoilerish.
O filme (The Thin Red Line, Terrence Malick, 1998) é um pouco cansativo, mas é muito bom. Acho essa seqüência especialmente bonita, mas tem que conhecer o personagem para entendê-la. Gosto do jeito como ela foi feita, porque aquilo é mostrado sem vaidade e a questão não é enobrecer a atitude do soldado, mas mostrar que no fim ele entendeu o que precisava entender.
...
Ou não. Ou serve apenas para mostrar que nada faz sentido.
Aqui, um link para o You Tube com a seqüência-clímax do personagem. Se por acaso você não viu o filme, mas pretende vê-lo, não assista a esse trecho, é tremendamente spoilerish.
O filme (The Thin Red Line, Terrence Malick, 1998) é um pouco cansativo, mas é muito bom. Acho essa seqüência especialmente bonita, mas tem que conhecer o personagem para entendê-la. Gosto do jeito como ela foi feita, porque aquilo é mostrado sem vaidade e a questão não é enobrecer a atitude do soldado, mas mostrar que no fim ele entendeu o que precisava entender.
...
Ou não. Ou serve apenas para mostrar que nada faz sentido.
Da Série Dialogos com meu ex-ogro consorte ou Há coisas nele que eu sempre vou amar
Ainda no mesmo telefonema, ele me contou algo que, segundo ele mesmo, não deveria me contar:
- Tenho tido um sonho recorrente. É assim: sonho que estou sendo morto. O jeito varia, tiro, facada, etc. Mas sempre, enquanto estou morrendo, só consigo pensar que preciso ligar para ti.
É, eu sei, não é algo que se ouça impassível, mas não vou comentar isso aqui. As coisas (as pessoas, na verdade) são o que são. E vão continuar assim. Sem novidade no fronte.
Só conto isso porque a partir daí ele mesmo inventou uma história que bem poderia ser um curta ou um conto. É assim:
A velhinha vai atender a porta, é a Morte:
- Bom dia, minha senhora, vim buscar o pedaço da alma de Fulano.
- Hein?
- Fulano, foi seu namorado. A senhora ficou com um pedaço da alma dele. Estou levando-o embora, então preciso dessa parte também.
A velhinha, naturalmente, não se lembra de onde deixou o pedaço de alma e a história continuava com a Morte e a velhinha revirando a casa da última atrás dele. O curta/conto acaba com o velhinho Fulano curtindo a vida; graças à bagunça da velhinha, a Morte nunca conseguiu encontrar o que precisava.
- Tenho tido um sonho recorrente. É assim: sonho que estou sendo morto. O jeito varia, tiro, facada, etc. Mas sempre, enquanto estou morrendo, só consigo pensar que preciso ligar para ti.
É, eu sei, não é algo que se ouça impassível, mas não vou comentar isso aqui. As coisas (as pessoas, na verdade) são o que são. E vão continuar assim. Sem novidade no fronte.
Só conto isso porque a partir daí ele mesmo inventou uma história que bem poderia ser um curta ou um conto. É assim:
A velhinha vai atender a porta, é a Morte:
- Bom dia, minha senhora, vim buscar o pedaço da alma de Fulano.
- Hein?
- Fulano, foi seu namorado. A senhora ficou com um pedaço da alma dele. Estou levando-o embora, então preciso dessa parte também.
A velhinha, naturalmente, não se lembra de onde deixou o pedaço de alma e a história continuava com a Morte e a velhinha revirando a casa da última atrás dele. O curta/conto acaba com o velhinho Fulano curtindo a vida; graças à bagunça da velhinha, a Morte nunca conseguiu encontrar o que precisava.
OBS
Antes que alguém venha me corrigir, querendo me ensinar a diferença entre história e estória, já adianto que o uso do termo é sempre proposital.
Da Série Dialogos com meu ex-ogro consorte ou In the rabbit hole
No desespero de um efetivo contato humano, i.e., na necessidade de se comunicar com um ser de espécie semelhante, liguei para ele. Não me recrimine, bem ou mal ele ainda é um dos meus melhores amigos. Sempre foi e nunca vai deixar de ser. Porque ele é uma daquelas pessoas que conseguem me fazer rir e que têm paciência para me deixar chorar e, principalmente, porque ele entende o que eu digo, o que eu achei que era totalmente corriqueiro e de repente descobri que não, que entender o que eu estou dizendo pode ser surpreendentemente difícil.
É uma sensação estranha, não? Você está conversando sobre alguma coisa e começa a se dar conta de que as outras pessoas não estão entendendo o que você está dizendo. Como... não sei ao certo... como se você falasse uma espécie de híbrido, um portunhol, digamos assim. Uma parte do que você diz é na mesma língua dos demais, mas uma parte não é, e essa as pessoas simplesmente não conseguem entender. É muito, muito estranho ter que modular seu vocabulário para se fazer entender (eu sei que isso soa terrivelmente arrogante, mas não é... não, peraí, sim! Isso É terrivelmente arrogante, and so what?! Foda-se!), mas principalmente: isso é tremendamente cansativo! É incrível, mas se comunicar cansa e você simplesmente começa a se entendiar de tudo a ponto de pensar em desistir: “se comunicar para quê mesmo?” [há exceções, meus amores, há exceções. Porque o Universo (ou Deus, ou chame do que quiser, para mim não faz a menor diferença) é legal comigo mesmo que eu seja uma baita chata, ingrata e reclamona.]
Mas não era sobre isso que eu queria falar. Está difícil entrar no assunto. O fato é que a gente conversou sobre várias coisas importantes e pelo menos deu para aliviar um pouco essa sensação ruim. E deu para falar bobagem e pensar sobre coisas que achei interessantes, aqui está uma delas:
Ele me contou que, conversando com uns amigos, surgiu a pergunta "que personagem de filme você queria ser?" (tá, você vai achar que a pergunta é idiota, mas é divertido, vai.) E ele respondeu que queria ser o personagem do Jim Caviezel no Além da Linha Vermelha. Todos os amigos escolheram personagens que "comiam a gostosona" do filme. Não preciso prosseguir com nenhuma reflexão aqui, preciso? Se você é uma das pessoas que conviveu com meu ex-ogro consorte sabe o tom irônico/amargo/desiludido com que ele fez seus comentários. Até aí nada demais. É que pensando nessa idéia de "identifique-se com um personagem" não fiquei pensando propriamente em filmes, mas em contos de fadas – porque foi um assunto que havia surgido entre meus amigos da medicina.
Então, quem é você nos contos de fadas, ou qual seu conto de fadas favorito? Quando eu era bem pequena (por volta dos três anos), minha historinha preferida era Os Três Porquinhos (um triunfo da inteligência sobre a força bruta?), mas logo que eu cresci um pouco, meu conto de fadas preferido se tornou Alice no País das Maravilhas. Não o filme da Disney propriamente. Era um daqueles LPs coloridos que em vez de música traziam historinhas, eu tinha vários. Alice era um deles e eu sabia todo de cor. Dos contos de fadas, de longe esse era o meu preferido.
A questão é que Alice não é propriamente um conto de fadas, é? Achei divertido e me peguei pensando no que isso diz a meu respeito...
Alice não tem Príncipe Encantado, nem Fada Madrinha. Ninguém vai salvá-la, ninguém vai lhe dar recursos além dela mesma. "Eu sou Alice e estou à procura do coelho branco" - ela dizia umas mil vezes no disquinho. É movida pela própria curiosidade que ela vai atrás do "coelho branco" e é por isso que ela cai no País das Maravilhas. Não há maldição de bruxa, ela está lá inteiramente por "culpa" sua. Sozinha, ela precisa fazer algum sentido daquele mundo. Alice me parece basicamente uma história sobre tentar compreender. Sobre aprender o suficiente para "encontrar o coelho branco". Mais interessante é que no final a gente descobre que tudo aquilo não era senão um sonho dela e o que parece ser uma busca "no mundo" é na verdade uma busca que ela empreende dentro dela mesma. Uma bela alegoria sobre o auto-conhecimento?
Gostei de pensar que sim, mas não posso deixar de me dar conta de uma coisa: essa é uma história tremendamente solitária, não é? E Alice não termina "feliz para sempre".
É uma sensação estranha, não? Você está conversando sobre alguma coisa e começa a se dar conta de que as outras pessoas não estão entendendo o que você está dizendo. Como... não sei ao certo... como se você falasse uma espécie de híbrido, um portunhol, digamos assim. Uma parte do que você diz é na mesma língua dos demais, mas uma parte não é, e essa as pessoas simplesmente não conseguem entender. É muito, muito estranho ter que modular seu vocabulário para se fazer entender (eu sei que isso soa terrivelmente arrogante, mas não é... não, peraí, sim! Isso É terrivelmente arrogante, and so what?! Foda-se!), mas principalmente: isso é tremendamente cansativo! É incrível, mas se comunicar cansa e você simplesmente começa a se entendiar de tudo a ponto de pensar em desistir: “se comunicar para quê mesmo?” [há exceções, meus amores, há exceções. Porque o Universo (ou Deus, ou chame do que quiser, para mim não faz a menor diferença) é legal comigo mesmo que eu seja uma baita chata, ingrata e reclamona.]
Mas não era sobre isso que eu queria falar. Está difícil entrar no assunto. O fato é que a gente conversou sobre várias coisas importantes e pelo menos deu para aliviar um pouco essa sensação ruim. E deu para falar bobagem e pensar sobre coisas que achei interessantes, aqui está uma delas:
Ele me contou que, conversando com uns amigos, surgiu a pergunta "que personagem de filme você queria ser?" (tá, você vai achar que a pergunta é idiota, mas é divertido, vai.) E ele respondeu que queria ser o personagem do Jim Caviezel no Além da Linha Vermelha. Todos os amigos escolheram personagens que "comiam a gostosona" do filme. Não preciso prosseguir com nenhuma reflexão aqui, preciso? Se você é uma das pessoas que conviveu com meu ex-ogro consorte sabe o tom irônico/amargo/desiludido com que ele fez seus comentários. Até aí nada demais. É que pensando nessa idéia de "identifique-se com um personagem" não fiquei pensando propriamente em filmes, mas em contos de fadas – porque foi um assunto que havia surgido entre meus amigos da medicina.
Então, quem é você nos contos de fadas, ou qual seu conto de fadas favorito? Quando eu era bem pequena (por volta dos três anos), minha historinha preferida era Os Três Porquinhos (um triunfo da inteligência sobre a força bruta?), mas logo que eu cresci um pouco, meu conto de fadas preferido se tornou Alice no País das Maravilhas. Não o filme da Disney propriamente. Era um daqueles LPs coloridos que em vez de música traziam historinhas, eu tinha vários. Alice era um deles e eu sabia todo de cor. Dos contos de fadas, de longe esse era o meu preferido.
A questão é que Alice não é propriamente um conto de fadas, é? Achei divertido e me peguei pensando no que isso diz a meu respeito...
Alice não tem Príncipe Encantado, nem Fada Madrinha. Ninguém vai salvá-la, ninguém vai lhe dar recursos além dela mesma. "Eu sou Alice e estou à procura do coelho branco" - ela dizia umas mil vezes no disquinho. É movida pela própria curiosidade que ela vai atrás do "coelho branco" e é por isso que ela cai no País das Maravilhas. Não há maldição de bruxa, ela está lá inteiramente por "culpa" sua. Sozinha, ela precisa fazer algum sentido daquele mundo. Alice me parece basicamente uma história sobre tentar compreender. Sobre aprender o suficiente para "encontrar o coelho branco". Mais interessante é que no final a gente descobre que tudo aquilo não era senão um sonho dela e o que parece ser uma busca "no mundo" é na verdade uma busca que ela empreende dentro dela mesma. Uma bela alegoria sobre o auto-conhecimento?
Gostei de pensar que sim, mas não posso deixar de me dar conta de uma coisa: essa é uma história tremendamente solitária, não é? E Alice não termina "feliz para sempre".
Antes de tudo
Se eu não posso explicar, não consigo me comunicar. Não consigo escrever aqui, porque não consigo refletir. Talvez não pareça, mas eu basicamente explico o mundo para mim mesma. Ajuda na comunicação com as pessoas (não atualmente, atualmente nada mais ajuda), mas antes de tudo, me ajuda a criar um mundo na qual eu mais ou menos consiga me mover (não mais, agora está se tornando impossível).
Provavelmente eu também não deveria estar explicando isso, mas, por mais que eu me esforce, não posso deixar de ser eu.
Provavelmente eu também não deveria estar explicando isso, mas, por mais que eu me esforce, não posso deixar de ser eu.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
E de novo
Porque eu sou professora, então aprendi que é bom a gente explicar uma coisa cinqüenta vezes, de cinqüenta maneiras diferentes para que todos os cinqüenta(???) alunos entendam.
É assim:
A maioria das crianças gosta de brincar de pega-pega. Você prefere brincar de esconder. Todo mundo brinca de pega-pega, então você participa meio de canto, mas brinca junto, afinal é a brincadeira preferida de todo mundo. Um belo dia, brincando de outra coisa sozinha no pátio da escola - coisa que você tem o hábito de fazer - você descobre que mais alguém que brincava de pega-pega também prefere mesmo é brincar de esconder.
Paro aqui, um pouco abruptamente, porque melhor do que essa eu não vou encontrar.
E deixo vocês com a imagem de duas crianças sorrindo.
É assim:
A maioria das crianças gosta de brincar de pega-pega. Você prefere brincar de esconder. Todo mundo brinca de pega-pega, então você participa meio de canto, mas brinca junto, afinal é a brincadeira preferida de todo mundo. Um belo dia, brincando de outra coisa sozinha no pátio da escola - coisa que você tem o hábito de fazer - você descobre que mais alguém que brincava de pega-pega também prefere mesmo é brincar de esconder.
Paro aqui, um pouco abruptamente, porque melhor do que essa eu não vou encontrar.
E deixo vocês com a imagem de duas crianças sorrindo.
Esse post será confuso
E provavelmente inacreditável. Não faz mal. É mais ou menos assim:
Você joga xadrez, mas é uma espécie de Xadrez Próprio. A média humana joga outro tipo de xadrez, tipo esse cujas regras você não entende (e muito menos domina), o que torna você uma péssima jogadora de Xadrez da Média Humana. Muito raramente você encontra uma pessoa que também joga Xadrez Próprio (parêntese importante: cada Xadrez Próprio é individual, o que se descobre é que certas regras são comuns e que é relativamente fácil se adaptar àquelas que não são) e é muito, muito legal.
O fator complicador dessa história é o seguinte:
Acostumados a viver no Mundo da Média Humana, todos os jogadores de Xadrez Próprio tendem a interpretar os movimentos dos demais como movimentos de Xadrez da Média Humana. Resulta disso que jogador de Xadrez Próprio A pensa que deve jogar Xadrez da Média Humana com jogador de Xadrez Próprio B, e vice-versa, quando, na verdade, ambos apreciam mesmo é Xadrez Próprio, mas enxergam tudo como Xadrez da Média Humana por força das circunstâncias. A explicação está péssima, né?
Vou tentar de novo.
Não se apeguem aos idiomas escolhidos, mas à metáfora. (Oi, metáfora)
Imagine que você está na Tailândia e conhece uma pessoa. Você só sabe português e inglês e imagina que a pessoa em questão fala tailandês. Durante algum tempo, vocês provavelmente tentarão se comunicar em inglês imaginando que esse é um idioma comum para ambos, já que tanta gente fala inglês. Mas o inglês não é sua língua nativa, nem a da outra pessoa. Imagine agora quantas dificuldades de compreensão mútua, quantos erros de interpretação, quantas palavras equivocadas serão trocadas. Mas, tudo bem, vocês se conformam, afinal de contas esse é o idioma disponível. Qual não é a sua surpresa, então, quando você vê a pessoa atender o telefone e falar... espanhol! Sim, vocês continuam tendo idiomas nativos diferentes, mas agora é tão mais parecido! E vocês têm a vantagem de não precisarem optar pelo inglês simplesmente porque essa é a língua que todo mundo fala! Não é infinitamente mais divertido?
...
Hummm, não tenho muita certeza se eu consegui expressar o que eu queria, mas enfim... eu avisei que o post era confuso; não me aporrinhem, que eu ando com a paciência de um bulldog gripado!
Você joga xadrez, mas é uma espécie de Xadrez Próprio. A média humana joga outro tipo de xadrez, tipo esse cujas regras você não entende (e muito menos domina), o que torna você uma péssima jogadora de Xadrez da Média Humana. Muito raramente você encontra uma pessoa que também joga Xadrez Próprio (parêntese importante: cada Xadrez Próprio é individual, o que se descobre é que certas regras são comuns e que é relativamente fácil se adaptar àquelas que não são) e é muito, muito legal.
O fator complicador dessa história é o seguinte:
Acostumados a viver no Mundo da Média Humana, todos os jogadores de Xadrez Próprio tendem a interpretar os movimentos dos demais como movimentos de Xadrez da Média Humana. Resulta disso que jogador de Xadrez Próprio A pensa que deve jogar Xadrez da Média Humana com jogador de Xadrez Próprio B, e vice-versa, quando, na verdade, ambos apreciam mesmo é Xadrez Próprio, mas enxergam tudo como Xadrez da Média Humana por força das circunstâncias. A explicação está péssima, né?
Vou tentar de novo.
Não se apeguem aos idiomas escolhidos, mas à metáfora. (Oi, metáfora)
Imagine que você está na Tailândia e conhece uma pessoa. Você só sabe português e inglês e imagina que a pessoa em questão fala tailandês. Durante algum tempo, vocês provavelmente tentarão se comunicar em inglês imaginando que esse é um idioma comum para ambos, já que tanta gente fala inglês. Mas o inglês não é sua língua nativa, nem a da outra pessoa. Imagine agora quantas dificuldades de compreensão mútua, quantos erros de interpretação, quantas palavras equivocadas serão trocadas. Mas, tudo bem, vocês se conformam, afinal de contas esse é o idioma disponível. Qual não é a sua surpresa, então, quando você vê a pessoa atender o telefone e falar... espanhol! Sim, vocês continuam tendo idiomas nativos diferentes, mas agora é tão mais parecido! E vocês têm a vantagem de não precisarem optar pelo inglês simplesmente porque essa é a língua que todo mundo fala! Não é infinitamente mais divertido?
...
Hummm, não tenho muita certeza se eu consegui expressar o que eu queria, mas enfim... eu avisei que o post era confuso; não me aporrinhem, que eu ando com a paciência de um bulldog gripado!
Depois, quando eu digo que o Universo cuida bem de mim, as pessoas pensam que eu sou uma esquisotérica deslumbrada
Ganhar um presente é bom.
Ganhar um presente inesperado é ainda melhor.
ESSAS são as coisas que realmente me importam.
Ganhar um presente inesperado é ainda melhor.
ESSAS são as coisas que realmente me importam.
Férias
Meu senso de humor já foi na frente, disse que eu alcanço ele depois.
Tá faltando energia até para fazer de conta que tá dando para levar. Os sistemas vão colapsando um por um, é uma delícia. Quando é que vai chegar no respiratório ou no cardiovascular, hein? Hein? Hein? Pleeeeeeeeease!
Somebody shoot me already!
Tá faltando energia até para fazer de conta que tá dando para levar. Os sistemas vão colapsando um por um, é uma delícia. Quando é que vai chegar no respiratório ou no cardiovascular, hein? Hein? Hein? Pleeeeeeeeease!
Somebody shoot me already!
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
Da série Diálogos
Conversando com a minha mãe sobre pós-modernidade e pós-colonialismo:
- Viu só, até que eu continuo inteligente.
- É, apesar da medicina.
- Viu só, até que eu continuo inteligente.
- É, apesar da medicina.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
terça-feira, 20 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Post com instruções
(Esse post deve ser lido com a maior doçura possível, numa voz gentil, quase sussurrada. Não, não me entenda mal, não é um sussurro de insinuação, não. Nada de malícia. Esse post deve ser lido com a voz que se usaria com uma criancinha muito pequena, que ainda não entende bem as palavras. Com a voz de uma pessoa que conhece muitas formas de amar, e não uma única. Sussurro para acarinhar um bichinho ferido e assustado.)
Sim, eu sei, alguns processos delicados devem ser deixados acontecendo em silêncio. Lentamente.
Porque às vezes o contato só é possível à distância. E a doçura só se expressa na ausência.
Porque, às vezes, o máximo de carinho que se pode ter é o calor de uma mão estendida em direção à outra.
E é o suficiente.
Sim, eu sei, alguns processos delicados devem ser deixados acontecendo em silêncio. Lentamente.
Porque às vezes o contato só é possível à distância. E a doçura só se expressa na ausência.
Porque, às vezes, o máximo de carinho que se pode ter é o calor de uma mão estendida em direção à outra.
E é o suficiente.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Citação roubada lá da Giorgia
"É preciso estar sempre embriagado. (...). Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se."
Charles Baudelaire
(Na falta das outras duas - hic! - a gente fica com álcool.)
(Para ler a Giorgia? Clique aqui.)
Charles Baudelaire
(Na falta das outras duas - hic! - a gente fica com álcool.)
(Para ler a Giorgia? Clique aqui.)
Gente Inconveniente
Professor de Bioquímica perguntando diante da turma toda (roda pedagógica cretina, sabe?) qual era a marca do meu sabonete e se eu tomava banho para ficar "cheirosinha e gostosinha para o namorado". Na aula que vem é a cor da minha calcinha? A marca do absorvente?
Senhor Professor de Bioquímica, com todo o respeito, vá tomar bem no meio do seu "cú".
Pela atenção, obrigada.
Senhor Professor de Bioquímica, com todo o respeito, vá tomar bem no meio do seu "cú".
Pela atenção, obrigada.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Final do semestre
Cinco semanas, nove provas, duas olheiras, trezentas e vinte cinco xícaras de café e trezentas e vinte seis pastilhas de anti-ácido.
Prioridade: manutenção dos sinais vitais.
Prioridade: manutenção dos sinais vitais.
"Um revólver é um grande argumento,
mas um fuzil é uma verdade científica."
Malvados é uma luz na escuridão.
mas um fuzil é uma verdade científica."
Malvados é uma luz na escuridão.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Da Série Coisas que eu gostaria de ter escrito
"Pamela Anderson cobrou 250 mil dólares por uma noite de sexo. Imagina quanto ela cobraria pra assistir a um filme do Bergman."
Mas quem escreveu foi ele.
(E eu que assisto Bergman de graça e com quase qualquer um?!?!?!?! Meu deus, eu sou repulsiva!
- Eu sei muito bem onde tu estavas! Era "O Sétimo Selo não era"?!?! Eu sei que era! Eu pensava que podia confiar em ti!
- Perdão! Perdão! Foi um erro! Eu estava bêbada e ..."Morangos Silvestres", entende?)
Mas quem escreveu foi ele.
(E eu que assisto Bergman de graça e com quase qualquer um?!?!?!?! Meu deus, eu sou repulsiva!
- Eu sei muito bem onde tu estavas! Era "O Sétimo Selo não era"?!?! Eu sei que era! Eu pensava que podia confiar em ti!
- Perdão! Perdão! Foi um erro! Eu estava bêbada e ..."Morangos Silvestres", entende?)
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Eu não ia escrever hoje,
porque foi um dia um pouco ruim. Meu senso de humor foi passear e me deixou sozinha. Detesto quando ele faz isso, mas de vez em quando é assim. Quando ele descobre que está tapando um buraco grande demais, fica indignado e vai dar uma volta, até que eu aterre um pouco o abismo para ele poder voltar.
Então eu não ia escrever, para não aporrinhar vocês, mas, ei, peraí, essa porcaria desse blog é meu ou não é? Então não ia, mas resolvi que sim, depois que li uma pequena reportagem sobre implante coclear numa revista leiga. (Não, não vou linkar nem citar a revista, que é para não fazer propaganda...
Tá mentira! Tô morrendo de preguiça de procurar link e tal, então faço pose de alternativa e me recuso a postar o nome da publicação.
Ou então tô inventando isso, licença poética, e vocês nunca vão saber se a reportagem existiu mesmo ou não (parêntese do parêntese: a louca leu Borges e acha que sabe alguma coisa!))
Onde é que eu tava mesmo? Ainda tem alguém aí?
Sim, o implante coclear. Resumindo, é uma técnica/aparelho que permite às pessoas com surdez de nascença passarem a ouvir (não, não é assim milagroso como parece, mas se eu for entrar nos meandros da coisa, esse texto fica ainda mais chato do que já está); a reportagem explicava a técnica e entrevistava uma menina de 18 que estava aprendendo a ouvir graças ao aparelho – e finalmente cheguei onde eu queria!
A menina contava sobre a emoção de ouvir as coisas: conhecer a voz da mãe, ouvir a irmã menor chorar, se assustar com buzina; contou que outro dia tinha enchido as mãos em concha e jogado na pia para ouvir o som da água.
Ouvir o som da água.
Sim, estou com os olhos cheios enquanto escrevo isso (alguém ouviria meus olhos?). E penso em como esqueço de dar valor para todas essas coisas. Esqueço rápido, esqueço fácil, de como esses detalhes são a melhor parte das coisas... e a melhor parte das pessoas também.
Prestar atenção no som das coisas e na voz das pessoas; enxergar, efetivamente enxergar, e não passar pelo mundo distraída, com o pensamento sempre mais rápido que o passo, olhando para coisa alguma.
Eu devo ter olhos vagos, vazios, ou talvez um pouco tristes, não sei.
Mas esqueço. Esqueço de como é bom tocar, sentir o calor das pessoas e o frio das coisas. E o cheiro. E os gostos. Levar aos lábios, devagar. Perceber, não só o que é quase imperceptível, mas o que se oferece inteiro, todo, de bom grado, sem pedir nada em troca, o que se oferece do mundo para a gente o tempo todo e que, de tão fácil, a gente simplesmente esquece, releva, e, finalmente, perde.
Queria não perder tanto. Não perder tanto de mim também.
Tenho tentado recuperar minha generosidade. Hoje conversava com um amigo da faculdade sobre isso. Sobre generosidade e sobre a preocupação dele por ter ouvido um veterano dizer que lá pelo 3º ou 4º semestre ninguém mais se agüenta na turma, "será que vai ser assim?" - nos perguntamos. E eu contei para ele de como sempre tinha achado fácil gostar das pessoas; gostar das pessoas e ver nelas o que elas tinham de melhor. E de repente, pela primeira vez, achava difícil. Pela primeira vez, vivo num ambiente em que desgosto de um grande número de pessoas. Não, nunca tinha me acontecido. Quero de volta minha generosidade, quero de volta o saber enxergar o que é tão bom em cada um e relevar o que é tão ruim. Quero de volta uma parte minha que se escondeu, onde? Por que?
E falamos do nosso medo de que tudo vire competição. E combinei com ele de brincadeira, mas um pouco de coração, que se ele escolher cárdio, eu escolho onco, e se ele escolher onco, eu escolho cárdio, para a gente poder estudar junto até o fim do curso. E assim talvez fique um pouco melhor.
Se eu aprender.
Se eu não tiver tanto medo.
..................................................
Não acredito que eu escrevi outra porra de texto desconexo sobre como eu gostaria de ver as coisas bonitas da vida!!! (Graças a deus! Pelo menos o cinismo voltou!)
E FODA-SE a prova de bioquímica!
Então eu não ia escrever, para não aporrinhar vocês, mas, ei, peraí, essa porcaria desse blog é meu ou não é? Então não ia, mas resolvi que sim, depois que li uma pequena reportagem sobre implante coclear numa revista leiga. (Não, não vou linkar nem citar a revista, que é para não fazer propaganda...
Tá mentira! Tô morrendo de preguiça de procurar link e tal, então faço pose de alternativa e me recuso a postar o nome da publicação.
Ou então tô inventando isso, licença poética, e vocês nunca vão saber se a reportagem existiu mesmo ou não (parêntese do parêntese: a louca leu Borges e acha que sabe alguma coisa!))
Onde é que eu tava mesmo? Ainda tem alguém aí?
Sim, o implante coclear. Resumindo, é uma técnica/aparelho que permite às pessoas com surdez de nascença passarem a ouvir (não, não é assim milagroso como parece, mas se eu for entrar nos meandros da coisa, esse texto fica ainda mais chato do que já está); a reportagem explicava a técnica e entrevistava uma menina de 18 que estava aprendendo a ouvir graças ao aparelho – e finalmente cheguei onde eu queria!
A menina contava sobre a emoção de ouvir as coisas: conhecer a voz da mãe, ouvir a irmã menor chorar, se assustar com buzina; contou que outro dia tinha enchido as mãos em concha e jogado na pia para ouvir o som da água.
Ouvir o som da água.
Sim, estou com os olhos cheios enquanto escrevo isso (alguém ouviria meus olhos?). E penso em como esqueço de dar valor para todas essas coisas. Esqueço rápido, esqueço fácil, de como esses detalhes são a melhor parte das coisas... e a melhor parte das pessoas também.
Prestar atenção no som das coisas e na voz das pessoas; enxergar, efetivamente enxergar, e não passar pelo mundo distraída, com o pensamento sempre mais rápido que o passo, olhando para coisa alguma.
Eu devo ter olhos vagos, vazios, ou talvez um pouco tristes, não sei.
Mas esqueço. Esqueço de como é bom tocar, sentir o calor das pessoas e o frio das coisas. E o cheiro. E os gostos. Levar aos lábios, devagar. Perceber, não só o que é quase imperceptível, mas o que se oferece inteiro, todo, de bom grado, sem pedir nada em troca, o que se oferece do mundo para a gente o tempo todo e que, de tão fácil, a gente simplesmente esquece, releva, e, finalmente, perde.
Queria não perder tanto. Não perder tanto de mim também.
Tenho tentado recuperar minha generosidade. Hoje conversava com um amigo da faculdade sobre isso. Sobre generosidade e sobre a preocupação dele por ter ouvido um veterano dizer que lá pelo 3º ou 4º semestre ninguém mais se agüenta na turma, "será que vai ser assim?" - nos perguntamos. E eu contei para ele de como sempre tinha achado fácil gostar das pessoas; gostar das pessoas e ver nelas o que elas tinham de melhor. E de repente, pela primeira vez, achava difícil. Pela primeira vez, vivo num ambiente em que desgosto de um grande número de pessoas. Não, nunca tinha me acontecido. Quero de volta minha generosidade, quero de volta o saber enxergar o que é tão bom em cada um e relevar o que é tão ruim. Quero de volta uma parte minha que se escondeu, onde? Por que?
E falamos do nosso medo de que tudo vire competição. E combinei com ele de brincadeira, mas um pouco de coração, que se ele escolher cárdio, eu escolho onco, e se ele escolher onco, eu escolho cárdio, para a gente poder estudar junto até o fim do curso. E assim talvez fique um pouco melhor.
Se eu aprender.
Se eu não tiver tanto medo.
..................................................
Não acredito que eu escrevi outra porra de texto desconexo sobre como eu gostaria de ver as coisas bonitas da vida!!! (Graças a deus! Pelo menos o cinismo voltou!)
E FODA-SE a prova de bioquímica!
sábado, 27 de outubro de 2007
It's called insanity
Coisas estranhas acontecendo hoje.
Estou numa daquelas fases em que não devo ser deixada sozinha com meu próprio célebro.
Deus abençoe a paciência infinita dos meus amigos.
(E já estou jurada de morte por ela: "Amanhã vamos ter uma conversa muito séria, mocinha!" - Meda!)
Estou numa daquelas fases em que não devo ser deixada sozinha com meu próprio célebro.
Deus abençoe a paciência infinita dos meus amigos.
(E já estou jurada de morte por ela: "Amanhã vamos ter uma conversa muito séria, mocinha!" - Meda!)
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
domingo, 21 de outubro de 2007
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Adoro o jeito como as pessoas que me conhecem monitoram meus sinais vitais
- Oi, como é que tu tá?
- Oi, tô bem.
- Tá conseguindo estudar?
- Não.
- Tá conseguindo dormir?
- Não.
- Ih, então tá o caos!
- Oi, tô bem.
- Tá conseguindo estudar?
- Não.
- Tá conseguindo dormir?
- Não.
- Ih, então tá o caos!
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Reboot
Sistema de defesa em 75% (sem fantasmas passeando pelo campo minado). Capacidade de carinho em 50%. Dor em 70%. Generosidade em níveis mínimos, mas gradativamente reaparecendo.
domingo, 14 de outubro de 2007
Eu amo a sincronicidade do universo
Go with your gut. Você vai errar feio, mas vai receber exatamente o que estava precisando.
Um "pequeno" problema prático
Como é que eu remonto o sistema de defesa completo até amanhã?!?!?!
Update: Assim.
Fim de semana altamente didático.
Update: Assim.
Fim de semana altamente didático.
Deus abençoe a paciência infinita do meu Flying Friend
Que estava em Porto Alegre (e não voando pelo país afora) e resolveu passar aqui ontem e me pegar para almoçar. Então eu entrei no carro e ele disse com entusiamo: "E aí? Como tu tá?" e me abraçou.
E o sistema de defesa colapsou.
Inteiro.
Em bloco.
De uma só vez.
E eu chorei, chorei de um modo como eu não chorava havia muito tempo. Chorei de soluçar, de não conseguir respirar, de molhar a camiseta dele com maquiagem borrada. Chorei por todas as duas últimas semanas estúpidas dessa minha vida idiota. Chorei pela minha incompetência para me relacionar com as pessoas que mais me importam. Chorei porque eu sinto medo o tempo todo. Chorei e chorei e chorei.
E ele disse: "Ô, se eu soubesse que tava assim, eu tinha vindo pro café da manhã!"
E eu ri.
Deus abençoe as pessoas que me fazem rir.
Depois ele me levou para casa. E me deixou falar de um jeito idiota e truncado e sem explicar direito as coisas, de um jeito que eu nunca falo. E resumiu tudo: "já sei, tu entrou em modo auto-destruição." Sim.
E me ajudou a respirar fundo.
E me disse que se eu continuar funcionando no limite do meu sistema de defesa 24h por dia, vou ficar louca.
Vou ficar?
Então a gente almoçou. E ele me falou dos sonhos dele. E a gente falou de coisas bonitas. E de coisas que a gente precisa aprender. Muito.
E ele me fez passar a tarde sentada do lado dele estudando fisiologia, enquanto ele fazia os relatórios de vôo. Em silêncio.
E de tarde ele fez cappuccino para mim. E me deu as duas últimas passas de figo do vidro. E a gente riu do bolo mofado que encontrou (que foi para o lixo com o pote e tudo, porque estava impraticável) e depois ficamos conversando sobre fungos. E Rodolfo (o gato) ficou deitado com a cabeça no meu peito ronronando. E mordeu minha caneta. E sentou com a bunda bem no meio do meu xerox de fisiologia. Em silêncio.
E eu disse: "vou embora, que tô te atrapalhando." E ele respondeu: "Vai-te à merda!" Que é uma frase básica para todas as pessoas que lidam comigo. (Vai-te à merda. Com a variação "vai tomar no cu, antes que eu me esqueça!" - Só não me mande calar a boca, que aí dá o efeito contrário.) E me abraçou e disse: "Fica aí. Tu não tá me atrapalhando, tu tá me fazendo companhia." E eu quase chorei de novo, mas dessa vez não, e me comportei direitinho. Em silêncio.
E, sem falar nada, me dei conta de uma enorme quantidade de coisas. Que eu gostaria de ter percebido antes, mas não deu.
Depois ele me trouxe em casa e me deu cópia pirata de DVD legal e me abraçou de novo e disse: "se precisar tô aqui."
E eu espero que finalmente eu consiga me manter na zona de silêncio.
De momento, só dói quando eu respiro.
E o sistema de defesa colapsou.
Inteiro.
Em bloco.
De uma só vez.
E eu chorei, chorei de um modo como eu não chorava havia muito tempo. Chorei de soluçar, de não conseguir respirar, de molhar a camiseta dele com maquiagem borrada. Chorei por todas as duas últimas semanas estúpidas dessa minha vida idiota. Chorei pela minha incompetência para me relacionar com as pessoas que mais me importam. Chorei porque eu sinto medo o tempo todo. Chorei e chorei e chorei.
E ele disse: "Ô, se eu soubesse que tava assim, eu tinha vindo pro café da manhã!"
E eu ri.
Deus abençoe as pessoas que me fazem rir.
Depois ele me levou para casa. E me deixou falar de um jeito idiota e truncado e sem explicar direito as coisas, de um jeito que eu nunca falo. E resumiu tudo: "já sei, tu entrou em modo auto-destruição." Sim.
E me ajudou a respirar fundo.
E me disse que se eu continuar funcionando no limite do meu sistema de defesa 24h por dia, vou ficar louca.
Vou ficar?
Então a gente almoçou. E ele me falou dos sonhos dele. E a gente falou de coisas bonitas. E de coisas que a gente precisa aprender. Muito.
E ele me fez passar a tarde sentada do lado dele estudando fisiologia, enquanto ele fazia os relatórios de vôo. Em silêncio.
E de tarde ele fez cappuccino para mim. E me deu as duas últimas passas de figo do vidro. E a gente riu do bolo mofado que encontrou (que foi para o lixo com o pote e tudo, porque estava impraticável) e depois ficamos conversando sobre fungos. E Rodolfo (o gato) ficou deitado com a cabeça no meu peito ronronando. E mordeu minha caneta. E sentou com a bunda bem no meio do meu xerox de fisiologia. Em silêncio.
E eu disse: "vou embora, que tô te atrapalhando." E ele respondeu: "Vai-te à merda!" Que é uma frase básica para todas as pessoas que lidam comigo. (Vai-te à merda. Com a variação "vai tomar no cu, antes que eu me esqueça!" - Só não me mande calar a boca, que aí dá o efeito contrário.) E me abraçou e disse: "Fica aí. Tu não tá me atrapalhando, tu tá me fazendo companhia." E eu quase chorei de novo, mas dessa vez não, e me comportei direitinho. Em silêncio.
E, sem falar nada, me dei conta de uma enorme quantidade de coisas. Que eu gostaria de ter percebido antes, mas não deu.
Depois ele me trouxe em casa e me deu cópia pirata de DVD legal e me abraçou de novo e disse: "se precisar tô aqui."
E eu espero que finalmente eu consiga me manter na zona de silêncio.
De momento, só dói quando eu respiro.
sábado, 13 de outubro de 2007
Resoluções de ano novo
Não tentar esconder o que ninguém consegue enxergar.
Não me proteger batendo.
Não esperar que me dêem limite; por alguma razão as pessoas se acanham de me dar limites. Não era assim antes, o que mudou?
Não remoer obsessivamente o que não tem solução.
Aprender a aceitar a minha própria, e infinita, incompetência.
Aprender a ficar quieta.
Não me proteger batendo.
Não esperar que me dêem limite; por alguma razão as pessoas se acanham de me dar limites. Não era assim antes, o que mudou?
Não remoer obsessivamente o que não tem solução.
Aprender a aceitar a minha própria, e infinita, incompetência.
Aprender a ficar quieta.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Mayday
Tenho prova amanhã e simplesmente NÃO CONSIGO estudar! É sério, tô com uma sensação horrível de cansaço mental agudo! Eu preciso de ajuda profissional!
(não, peraí, eu já tenho ajuda profissional...)
(não, peraí, eu já tenho ajuda profissional...)
sábado, 6 de outubro de 2007
Eu sei que ninguém lê posts compridos; leia só a última frase então.
Qualquer pessoa que me conheça um pouco melhor sabe que eu consigo ter semanas infernais sem que nada esteja acontecendo no mundo real. Sim, eu sou emocionalmente desconjuntada. Incompetente. Sumamente patética.
Até aí, nenhuma novidade.
A delícia especial da semana é que a mãe fez uma cirurgia para retirar o útero e os ovários (histerecetomia com anexotomia, se você quer os termo técnicos dados pelo cirurgião) na quarta-feira. Calma, pessoas queridas, (*respirando no saquinho*) não se assustem, foi uma cirurgia eletiva, mas era melhor fazer agora do que mais tarde, quando ela ia realmente precisar. Não, não é câncer, mas, caramba!, é a minha mãe e nenhuma cirurgia é livre de riscos, porque, convenhamos, ela não foi simplesmente puxar pelanquinha...
O fato é que ela estava morrendo de medo. É. Só ela. Ela e ninguém mais.
*respira mais um pouco no saquinho* (copyright Cris)
Então eu tentei, eu juro que eu tentei ser um pouco mãe da minha mãe, e abraçá-la sempre, e dizer que ela não precisava ficar nervosa porque ia dar tudo certo, e que a cirurgia ia ser bem tranqüila, e que o médico tinha muita experiência, e blábláblá. Sim, eu dizia todas essas coisas, mas todas as mães sabem quando seus filhos estão mentindo. Eu ainda acho que fui ninja o suficiente por conseguir esconder dela por três dias as minhas faltas de ar periódicas (porque depois que eu entrei na medicina eu dei para isso, tenho crises esporádicas de falta de ar, é ridículo), mas ela descobriu quando a gente estava fazendo os papéis da baixa e automaticamente roubou de volta o papel de mãe e conseguiu me fazer acreditar (me diga como, meu deus?!?!) que ela já nem estava mais nervosa.
Como uma cordialidade entre colegas (hahaha, vocês gostaram dessa, né?) o médico me deixou assistir à cirurgia. Sim, eu estava com medo disso também, e antes de começar a enfermeira me disse: "se tu te sentir mal, pode sair da sala, viu, não tem problema", ao que eu respondi tentando fazer uma cara de Jedi: "Nem esquenta, tô tranqüila". E a verdade é que essa foi a melhor parte da minha semana, porque foi exatamente quando eu consegui entrar na minha zona de silêncio e permanecer lá, foi quando finalmente as coisas estavam acontecendo no mundo real ao invés de estarem apenas turbilhonando no mundo da minha cabeça. Eu não vou conseguir contar sobre a cirurgia e muito menos sobre o que eu senti, é muita coisa para elaborar, ainda estou processando, em todo caso, o que eu podia dizer sobre isso está dito.
Nesse meio tempo, eu tive prova, é óbvio, porque eu sempre tenho prova. Era para ser segunda, mas houve um desencontro de horários, a professora começou mais cedo (e ninguém na turma viu que estávamos faltando eu e mais um amigo – tão bom a gente ser invisível, não é mesmo?), e nós dois acabamos perdendo a prova. Agora calcule a alegria do ser CDF aqui...
Adicionado a todo esse estresse ainda estava a prova de recuperação que eu pretendia fazer para melhorar minha nota e da qual acabei desistindo na sexta-feira (depois de quase desenvolver uma úlcera). A prova que era para ser segunda acabou sendo na terça, mas por decisão dos professores nos últimos minutos do segundo tempo. Some aí ainda uma palestra cretina que deveria ser apresentada na quinta de manhã para uma cadeira detestável. Nesse contexto de pura alegria, é claro que a insônia voltou, trouxe colchonete, muda de roupa e uma escova de dentes nova, porque a velha estava ficando esfiapada. Endless fun, right?
Naturalmente, eu passei a semana histérica, aporrinhei a turma inteira de bioquímica, tive um surto de arrogância com uma pessoa querida (a respeito de uma coisa na qual eu nem sequer acredito!), distribuí patadas a meu bel prazer e gritei com gente que nem tinha entrado na história.
Então, sim, isso é um pedido oficial de desculpas. Fiquem bem, tá?
Até aí, nenhuma novidade.
A delícia especial da semana é que a mãe fez uma cirurgia para retirar o útero e os ovários (histerecetomia com anexotomia, se você quer os termo técnicos dados pelo cirurgião) na quarta-feira. Calma, pessoas queridas, (*respirando no saquinho*) não se assustem, foi uma cirurgia eletiva, mas era melhor fazer agora do que mais tarde, quando ela ia realmente precisar. Não, não é câncer, mas, caramba!, é a minha mãe e nenhuma cirurgia é livre de riscos, porque, convenhamos, ela não foi simplesmente puxar pelanquinha...
O fato é que ela estava morrendo de medo. É. Só ela. Ela e ninguém mais.
*respira mais um pouco no saquinho* (copyright Cris)
Então eu tentei, eu juro que eu tentei ser um pouco mãe da minha mãe, e abraçá-la sempre, e dizer que ela não precisava ficar nervosa porque ia dar tudo certo, e que a cirurgia ia ser bem tranqüila, e que o médico tinha muita experiência, e blábláblá. Sim, eu dizia todas essas coisas, mas todas as mães sabem quando seus filhos estão mentindo. Eu ainda acho que fui ninja o suficiente por conseguir esconder dela por três dias as minhas faltas de ar periódicas (porque depois que eu entrei na medicina eu dei para isso, tenho crises esporádicas de falta de ar, é ridículo), mas ela descobriu quando a gente estava fazendo os papéis da baixa e automaticamente roubou de volta o papel de mãe e conseguiu me fazer acreditar (me diga como, meu deus?!?!) que ela já nem estava mais nervosa.
Como uma cordialidade entre colegas (hahaha, vocês gostaram dessa, né?) o médico me deixou assistir à cirurgia. Sim, eu estava com medo disso também, e antes de começar a enfermeira me disse: "se tu te sentir mal, pode sair da sala, viu, não tem problema", ao que eu respondi tentando fazer uma cara de Jedi: "Nem esquenta, tô tranqüila". E a verdade é que essa foi a melhor parte da minha semana, porque foi exatamente quando eu consegui entrar na minha zona de silêncio e permanecer lá, foi quando finalmente as coisas estavam acontecendo no mundo real ao invés de estarem apenas turbilhonando no mundo da minha cabeça. Eu não vou conseguir contar sobre a cirurgia e muito menos sobre o que eu senti, é muita coisa para elaborar, ainda estou processando, em todo caso, o que eu podia dizer sobre isso está dito.
Nesse meio tempo, eu tive prova, é óbvio, porque eu sempre tenho prova. Era para ser segunda, mas houve um desencontro de horários, a professora começou mais cedo (e ninguém na turma viu que estávamos faltando eu e mais um amigo – tão bom a gente ser invisível, não é mesmo?), e nós dois acabamos perdendo a prova. Agora calcule a alegria do ser CDF aqui...
Adicionado a todo esse estresse ainda estava a prova de recuperação que eu pretendia fazer para melhorar minha nota e da qual acabei desistindo na sexta-feira (depois de quase desenvolver uma úlcera). A prova que era para ser segunda acabou sendo na terça, mas por decisão dos professores nos últimos minutos do segundo tempo. Some aí ainda uma palestra cretina que deveria ser apresentada na quinta de manhã para uma cadeira detestável. Nesse contexto de pura alegria, é claro que a insônia voltou, trouxe colchonete, muda de roupa e uma escova de dentes nova, porque a velha estava ficando esfiapada. Endless fun, right?
Naturalmente, eu passei a semana histérica, aporrinhei a turma inteira de bioquímica, tive um surto de arrogância com uma pessoa querida (a respeito de uma coisa na qual eu nem sequer acredito!), distribuí patadas a meu bel prazer e gritei com gente que nem tinha entrado na história.
Então, sim, isso é um pedido oficial de desculpas. Fiquem bem, tá?
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
MEUDEUSDOCÉU!!!! Eu tô ouvindo Bon Jovi (tudo culpa dela!!!) e começando a chorar! Alguém pelamorededeus faz eu ser menos estúpida! Alguém, por favor, faz isso tudo ficar mais fácil! Que diabos foi essa semana?!?!?!
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Alguém faça essa semana terminar logo, por favor, sim? Obrigada.
Porque tá triste a coisa.
Tá tão triste que eu desisti de ficar na aula e resolvi vir para casa escrever.
...
Mas eu tô tão desnorteada, que nem isso tô conseguindo fazer.
...
Tchau, vou caminhar a esmo por aí.
Tá tão triste que eu desisti de ficar na aula e resolvi vir para casa escrever.
...
Mas eu tô tão desnorteada, que nem isso tô conseguindo fazer.
...
Tchau, vou caminhar a esmo por aí.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
...
Thanks.
I wish I could make you feel better, I'm sorry I can't.
It's hard enough as it is to try and make me feel better; I have no idea how to help someone else. If I ever find the secret to happiness, I swear you'll be the first one I'll tell about.
I wish I could make you feel better, I'm sorry I can't.
It's hard enough as it is to try and make me feel better; I have no idea how to help someone else. If I ever find the secret to happiness, I swear you'll be the first one I'll tell about.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
domingo, 23 de setembro de 2007
Sim, tenho prova amanhã (para variar)
(morrendo de vontade de escrever; morrendo de vontade de ler um livro triste e lindo que comprei há dois dias; morrendo de vontade de fechar os olhos e ouvir música até perder a noção do tempo; morrendo de vontade de me enrolar no meu edredon preferido e ficar encolhida até o sono chegar.
Precisando muito de silêncio e meia-luz.)
Leucograma com neutrófilos acima de 70% significa...
Precisando muito de silêncio e meia-luz.)
Leucograma com neutrófilos acima de 70% significa...
terça-feira, 18 de setembro de 2007
"We shall be loved for a while and forgotten. But the love will have been enough; all those impulses of love return to the love that made them. Even memory is not necessary for love. There is a land of the living and a land of the dead and the bridge is love, the only survival, the only meaning."
Thornton Wilder,
The Bridge of San Luis Rey
Thornton Wilder,
The Bridge of San Luis Rey
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Um pônei alado também não seria mau...
Mas que grande bosta esse negócio de twitter, hein?
E eu aqui desesperada tentando estudar fisiologia cardíaca. Tipo assim, ou eu sou muito estúpida, ou os cardiologistas sabem bastante pouco a respeito do que eles tratam, ou os fisiologistas cardíacos explicam horrivelmente mal o negócio (e não me refiro só à professora, tô incluindo aí os livros).
Eu sei, eu sei, todo mundo votando na primeira opção, eu inclusive. Mas a coisa é que quanto mais hidráulica eu estudo, menos sentido eu consigo fazer dessa coisa toda, e agora ainda tem a parte de eletro e, tipo assim, eu gosto de física, mas sou uma negação em eletricidade.
Tá, e pra quê(monossílabo tônico? tá valendo?) esse maldito post?
Sei lá, na verdade, tipo, eu só tava mesmo era precisando de um ombro para chorar.
E de alguém que me explicasse fisio cardio de um modo físico(ok, químico também) e lógico, principalmente lógico. (algum dia eu ainda vou fazer todo um post sobre a minha relação com a lógica, sente-se numa posição confortável para poder dormir).
E de um milhão de dólares, é claro.
E eu aqui desesperada tentando estudar fisiologia cardíaca. Tipo assim, ou eu sou muito estúpida, ou os cardiologistas sabem bastante pouco a respeito do que eles tratam, ou os fisiologistas cardíacos explicam horrivelmente mal o negócio (e não me refiro só à professora, tô incluindo aí os livros).
Eu sei, eu sei, todo mundo votando na primeira opção, eu inclusive. Mas a coisa é que quanto mais hidráulica eu estudo, menos sentido eu consigo fazer dessa coisa toda, e agora ainda tem a parte de eletro e, tipo assim, eu gosto de física, mas sou uma negação em eletricidade.
Tá, e pra quê(monossílabo tônico? tá valendo?) esse maldito post?
Sei lá, na verdade, tipo, eu só tava mesmo era precisando de um ombro para chorar.
E de alguém que me explicasse fisio cardio de um modo físico(ok, químico também) e lógico, principalmente lógico. (algum dia eu ainda vou fazer todo um post sobre a minha relação com a lógica, sente-se numa posição confortável para poder dormir).
E de um milhão de dólares, é claro.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Tenha medo do seu médico
Quando você chega lá e diz:
- Acho bupropiona mais legal que sertralina.
E ele responde:
- Eu também, vamos trocar.
Hein?!?!
Droga! Eu devia ter dito: "Acho LSD mais legal do que sertralina."
- Acho bupropiona mais legal que sertralina.
E ele responde:
- Eu também, vamos trocar.
Hein?!?!
Droga! Eu devia ter dito: "Acho LSD mais legal do que sertralina."
domingo, 2 de setembro de 2007
sábado, 1 de setembro de 2007
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Não pode ser!
Então é mesmo verdade o que aconteceu com a FAl?!?!?!? Eu não queria acreditar, achei que não podia ser.
ô, querida! Sei que não adianta, mas vou rezar muito por ti, tá? Coragem, amada, sinta-se abraçada do fundo do coração!
ô, querida! Sei que não adianta, mas vou rezar muito por ti, tá? Coragem, amada, sinta-se abraçada do fundo do coração!
domingo, 26 de agosto de 2007
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Ele cuida dos seus olhos e do seu ego
Cantadinha boba do oftalmologista casado e cinqüentão. Se não serve para nada, pelo menos serve para me fazer rir.
domingo, 19 de agosto de 2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Interrompemos nossa programação normal para dizer
que eu conheço as pessoas mais sensacionais desse planeta.
Que as vezes eu fico apavorada com a sincronicidade do universo.
Que eu sou grata por tudo que eu sou capaz de enxergar, mesmo que eu consiga fazer tão pouco com isso...
Não sei se tu vens aqui, mas tua carta hoje foi como se tu me empurrasse de levinho e me fizesse deslizar num escorregador em direção à melhor parte de mim.
Me fez rir e chorar ao mesmo tempo. Abriu dentro de mim a parte que eu mais gosto.
Te amo muito. Te amo por tudo isso. Amo a luz maravilhosa que eu sempre vi e que tu trouxe para o mundo fazendo brilhar ainda mais. Te amo porque tu me dá o melhor de ti e, ao mesmo tempo, me dá o melhor de mim. E faz com que eu nunca me perca.
Te amo, te amo, te amo, porque não há ninguém que saiba de golfinhos como tu. E eu tenho a felicidade de te chamar de amigo.
Que as vezes eu fico apavorada com a sincronicidade do universo.
Que eu sou grata por tudo que eu sou capaz de enxergar, mesmo que eu consiga fazer tão pouco com isso...
Não sei se tu vens aqui, mas tua carta hoje foi como se tu me empurrasse de levinho e me fizesse deslizar num escorregador em direção à melhor parte de mim.
Me fez rir e chorar ao mesmo tempo. Abriu dentro de mim a parte que eu mais gosto.
Te amo muito. Te amo por tudo isso. Amo a luz maravilhosa que eu sempre vi e que tu trouxe para o mundo fazendo brilhar ainda mais. Te amo porque tu me dá o melhor de ti e, ao mesmo tempo, me dá o melhor de mim. E faz com que eu nunca me perca.
Te amo, te amo, te amo, porque não há ninguém que saiba de golfinhos como tu. E eu tenho a felicidade de te chamar de amigo.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Atendendo a apelos dramaticos ;)
Peguei uma gripe britanica.
Nao para de chover nessa cidade. (crappy weather nem comeca a descrever a coisa)
Tiramos fotos no Big Ben e pegamos um barquinho pelo Thames.
Vimos as mumias no British Museum.
Nao deu tempo para ir no museu do Sherlock porque so tinhamos um fim de semana.
Essa bosta de computador nao tem acento.
Aqui em Cardiff ja visitamos o castelo, passeamos pela baia, estamos sempre no centro, participamos de uma aula da Fernanda (para plena compreensao desse item eh necessario saber que eh a Fernanda), descansamos na pracinha das lapides, jantamos no Chapter e estamos planejando uma ida a Caerphilly, mas o tempo nao ajuda.
Comprei o ultimo Harry Potter :D
E batemos muitas fotos, mas elas sao muito pesadas para postar e o programa que encolhe fotos desse computador eh complicado. (e eu sou uma retardada, eh mister acrescentar).
Acho que basicamente era isso. Ah, claro, para entrar no pais ficamos duas horas na imigracao, ate a tripulacao do aviao ja tinha ido embora, so sobrou nos e o pessoal da faxina. As alegrias de ser latino-americano.
E tchau que eu vou para o centro outra vez, porque a chuva vai continuar igual...
I`m turning into a frog! :p
Nao para de chover nessa cidade. (crappy weather nem comeca a descrever a coisa)
Tiramos fotos no Big Ben e pegamos um barquinho pelo Thames.
Vimos as mumias no British Museum.
Nao deu tempo para ir no museu do Sherlock porque so tinhamos um fim de semana.
Essa bosta de computador nao tem acento.
Aqui em Cardiff ja visitamos o castelo, passeamos pela baia, estamos sempre no centro, participamos de uma aula da Fernanda (para plena compreensao desse item eh necessario saber que eh a Fernanda), descansamos na pracinha das lapides, jantamos no Chapter e estamos planejando uma ida a Caerphilly, mas o tempo nao ajuda.
Comprei o ultimo Harry Potter :D
E batemos muitas fotos, mas elas sao muito pesadas para postar e o programa que encolhe fotos desse computador eh complicado. (e eu sou uma retardada, eh mister acrescentar).
Acho que basicamente era isso. Ah, claro, para entrar no pais ficamos duas horas na imigracao, ate a tripulacao do aviao ja tinha ido embora, so sobrou nos e o pessoal da faxina. As alegrias de ser latino-americano.
E tchau que eu vou para o centro outra vez, porque a chuva vai continuar igual...
I`m turning into a frog! :p
domingo, 15 de julho de 2007
B, de sua retardada!
Este em histologia. Porque eu sou uma pessoa fascinante, eu consigo ver células da hipófise no pâncreas. E ainda tenho dúvidas se era realmente o pâncreas, porque, afinal, são tantas as opções. Dizem também que caiu uma lâmina de músculo em corte transversal na prova prática. Não pode ter sido na mesma prova que eu fiz, porque não vi músculo nenhum... sim, tinha uma glândula endócrina um pouco estranha, mas músculo? Nah.
(mas a melhor parte é que algumas pessoas confundiram o tecido da vagina com o tecido do esôfago. A infinidade de possibilidades de piadas infames que um erro desses torna possível... chegam-me lágrimas aos olhos...)
(mas a melhor parte é que algumas pessoas confundiram o tecido da vagina com o tecido do esôfago. A infinidade de possibilidades de piadas infames que um erro desses torna possível... chegam-me lágrimas aos olhos...)
sexta-feira, 6 de julho de 2007
B, de sua Besta!
O B mais suado e mais sofrido de toda a minha vida acadêmica.
Sim, em Anato I.
Regozijai-vos.
Sim, em Anato I.
Regozijai-vos.
terça-feira, 3 de julho de 2007
Deve ser o cúmulo do narcisismo
Ler seus próprios textos antigos e chorar de rir.
(e chorar de chorar também, que é o que eu estou precisando muito fazer nesse momento).
(e chorar de chorar também, que é o que eu estou precisando muito fazer nesse momento).
sábado, 30 de junho de 2007
quarta-feira, 27 de junho de 2007
terça-feira, 26 de junho de 2007
Pessoas queridas,
tem sido impossível escrever. Há muito eu não me sentia tão descentrada, tão sem referenciais. Estou cansada e as próximas três semanas estão repletas de provas decorebentas para as quais eu tenho que estudar e mal consigo. Sinto falta de coisas muito vitais para mim. Fico monossilábica e telegráfica. Pensei em matar esse blog, mas uma voz dentro de mim disse “deixa de ser fresca!”. Vou demorar um pouco a voltar aqui.
Fiquem bem.
Fiquem bem.
sábado, 9 de junho de 2007
A chave da biblioteca quebrou. E eu fiquei do lado de fora.
Marx realmente propalou aquela estranha idéia de uma espécie de Drag Queen mental que seria operária durante o dia e intelectual(ou artista?) à noite? Meu Marx é todo apud, de modo que não faço a menor idéia.
Passo os dias assistindo à aula e lendo livros mal traduzidos e mal revisados de histo, fisio e outras logias. Para escrever, preciso ler em concentrações muitíssimo maiores, e de outro tipo de livro.
Com freqüencia, tenho ido ao dicionário buscar a grafia de palavras bastante corriqueiras. Temo pela minha alfabetização. A medicina emburrece o ser humano. Um ser humano bem específico, na verdade: eu.
Pessoas na faculdade de medicina choram quando tiram notas baixas.
Antes que você pergunte: não, eu nunca chorei por causa de notas. Eu às vezes fico irritada com a minha própria estupidez, mas nunca gastei lágrimas com isso.
Trocar a letras pela medicina é mais ou menos como trocar de planeta. Você só consegue respirar com equipamente adequado.
Pelo menos eu vim com um tricorder embutido.
Algumas das coisas mais geniais que eu já li foram escritas por direitistas.
Às vezes tenho sonhos eróticos em que sou possuída por um direitista. Acordo horrorizada.
Mediocridade com padrões um pouco mais altos de inteligência continua sendo mediocridade.
Vou ter coragem de estender a mão quando for realmente necessário?
Numa noite de lua cheia, se você entrar de pés descalços na biblioteca do seu avô e escolher o livro certo, encontrará asas dentro dele.
Passo os dias assistindo à aula e lendo livros mal traduzidos e mal revisados de histo, fisio e outras logias. Para escrever, preciso ler em concentrações muitíssimo maiores, e de outro tipo de livro.
Com freqüencia, tenho ido ao dicionário buscar a grafia de palavras bastante corriqueiras. Temo pela minha alfabetização. A medicina emburrece o ser humano. Um ser humano bem específico, na verdade: eu.
Pessoas na faculdade de medicina choram quando tiram notas baixas.
Antes que você pergunte: não, eu nunca chorei por causa de notas. Eu às vezes fico irritada com a minha própria estupidez, mas nunca gastei lágrimas com isso.
Trocar a letras pela medicina é mais ou menos como trocar de planeta. Você só consegue respirar com equipamente adequado.
Pelo menos eu vim com um tricorder embutido.
Algumas das coisas mais geniais que eu já li foram escritas por direitistas.
Às vezes tenho sonhos eróticos em que sou possuída por um direitista. Acordo horrorizada.
Mediocridade com padrões um pouco mais altos de inteligência continua sendo mediocridade.
Vou ter coragem de estender a mão quando for realmente necessário?
Numa noite de lua cheia, se você entrar de pés descalços na biblioteca do seu avô e escolher o livro certo, encontrará asas dentro dele.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Até onde é sábio guardar silêncio?
Algumas das coisas mais estúpidas que eu já ouvi sobre sexualidade, estética, colonização e língua portuguesa foram ditas na faculdade de medicina. Pelos professores.
E eu não disse nada.
...
Aquele poema é mesmo do Maiakóvski? (e como diabos se escreve o nome desse homem?!)
E eu não disse nada.
...
Aquele poema é mesmo do Maiakóvski? (e como diabos se escreve o nome desse homem?!)
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Gavetas virtuais
A long time ago, in a galaxy far far away eu salvei este texto para posteriormente traduzi-lo, mas a verdade é que me deu uma preguiça infinita de fazê-lo, porque, afinal de contas eu faço medicina, né, não letras. :D
*desvia matrixmente do bombardeio de dicionários atômicos dos amigos furiosos*
Então resolvi postá-lo no original mesmo:
"So lemme get this straight: Adam and Eve were created without the knowledge of good and evil, but gained that knowledge from eating of the Tree of Knowledge of Good and Evil.
I wonder if they ate from the Tree of Knowledge of Effective Gardening Techniques too, or the Tree of Knowledge of Small Engine Repair. It's a cinch they didn't eat from the Tree of Knowledge of The Ancient Art of Self Defense, or God would have had a harder time evicting them instead of just pointing a finger and shouting "Begone!" He probably hid that tree way in the back, behind the Tree of Knowledge of Victory Through Passive Resistance, or the Tree of Knowledge of How to Piss Your Creator Off in One Easy Step."
Descaradamente roubado daqui, mas você vai ter que vasculhar nos arquivos para encontrá-lo.
*desvia matrixmente do bombardeio de dicionários atômicos dos amigos furiosos*
Então resolvi postá-lo no original mesmo:
"So lemme get this straight: Adam and Eve were created without the knowledge of good and evil, but gained that knowledge from eating of the Tree of Knowledge of Good and Evil.
I wonder if they ate from the Tree of Knowledge of Effective Gardening Techniques too, or the Tree of Knowledge of Small Engine Repair. It's a cinch they didn't eat from the Tree of Knowledge of The Ancient Art of Self Defense, or God would have had a harder time evicting them instead of just pointing a finger and shouting "Begone!" He probably hid that tree way in the back, behind the Tree of Knowledge of Victory Through Passive Resistance, or the Tree of Knowledge of How to Piss Your Creator Off in One Easy Step."
Descaradamente roubado daqui, mas você vai ter que vasculhar nos arquivos para encontrá-lo.
Se é para o bem do povo e a felicidade geral da nação...
agora tenho msn (reinstalado pela quinquagésima vez). Quem quiser o endereço (ninguém mais diz endereço de messenger, né? É a velhice) me avisa que eu mando.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Through the looking glass
terça-feira, 29 de maio de 2007
Mas a verdade é que eu sou uma pessoa abençoada.
Porque onde quer que eu vá as pessoas mais legais sempre se tornam minhas amigas.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
Esse vai com um carinho todo especial para os amigos da letras
Miguxeitor. Não perca, é um incrível tradutor português/miguxês. Com variações para miguxês arcaico, miguxês moderno e neomiguxês.
(Eu quero dar um beijo de língua no sujeito que inventou isso! Eu tava precisando desesperadamente rir hoje!)
Dica dele. Obrigada, querido!!!
(Eu quero dar um beijo de língua no sujeito que inventou isso! Eu tava precisando desesperadamente rir hoje!)
Dica dele. Obrigada, querido!!!
segunda-feira, 21 de maio de 2007
segunda-feira, 14 de maio de 2007
(acho melhor parar de usar drogas)
The monster under my bed is called Nicodemus.
You can't really be afraid of someone called Nicodemus.
(acrescente desenhos)
You can't really be afraid of someone called Nicodemus.
(acrescente desenhos)
sexta-feira, 11 de maio de 2007
quarta-feira, 9 de maio de 2007
domingo, 6 de maio de 2007
Nota Mental #425
Parar de tentar compreender as pessoas. As pessoas não querem ser compreendidas, elas querem ser amadas.
Alguém ainda quer saber?
Sim, como a maioria, eu também responderia honestidade. Mas a verdade é que muitas vezes a honestidade magoa, incomoda e pode ser um bocado inconveniente. E na maior parte do tempo, se você observar bem as pessoas, o que a gente quer é que os outros sejam do jeito qua a gente quer que eles sejam, e não necessariamente do jeito que eles realmente são. E nós? Quantas vezes fazemos as coisas tentando ser agradável às pessoas no eterno jogo do "eu te dou o que você quer e você me dá o que eu quero" do qual todo mundo sai insatisfeito? Que honestidade há nisso? Não estamos priorizando aí a gentileza? E quando a gente reclama: "fulano mal me cumprimenta!", por que exigimos "custa ter boa educação?!" se fulano só está sendo honesto, porque na realidade nos detesta? Pelo quê abrimos mão da nossa honestidade?
Não, é claro que ninguém gostaria de ser esfaqueado pelas costas por um doce de criatura, mas será que a gente quer mesmo saber o que as pessoas realmente pensam? Será que a gente quer o que as pessoas realmente têm (ou não têm) para nos dar?
Então.
Às vezes eu acho que prefiro gentileza.
Não, é claro que ninguém gostaria de ser esfaqueado pelas costas por um doce de criatura, mas será que a gente quer mesmo saber o que as pessoas realmente pensam? Será que a gente quer o que as pessoas realmente têm (ou não têm) para nos dar?
Então.
Às vezes eu acho que prefiro gentileza.
Piada interna
"Rápido, rápido, proparoxítonas!"
Melhor frase do sábado à noite. O Club de la Serpiente estava reduzido à metade, mas continua a pleno vapor.
(Vapor, que velhice.)
Melhor frase do sábado à noite. O Club de la Serpiente estava reduzido à metade, mas continua a pleno vapor.
(Vapor, que velhice.)
quarta-feira, 2 de maio de 2007
sexta-feira, 27 de abril de 2007
sábado, 21 de abril de 2007
sexta-feira, 20 de abril de 2007
A fábula do morcego
Havia um morcego ferido em uma encruzilhada. Passavam perto alguns ratos:
- Veja, ele tem pêlos, só pode ser um rato, vamos levá-lo conosco e ajudá-lo.
Chegando na aldeia dos ratos, o líder rato discordou:
- Olhem essas asas! Ele não é um dos nossos, ele é um pássaro, não temos porque ajudá-lo. Levem-no de volta.
E os ratos largaram o morcego ferido novamente na encruzilhada.
Logo passaram por ali alguns pássaros:
- Veja, ele tem asas, só pode ser um pássaro, vamos levá-lo conosco e ajudá-lo.
Chegando na aldeia dos pássaros, o líder pássaro discordou:
- Olhem esses pêlos! Ele não é um dos nossos, é um rato, não temos porque ajudá-lo. Levem-no de volta.
Os pássaros levaram então o morcego ferido de volta à encruzilhada.
Lá o morcego morreu.
Moral wiccan da história: ajude quem você puder, seja da sua “espécie” ou não.
Moral anarquista da história: não ouça o seu líder.
Moral realista da história: livre-se de seus pêlos ou de suas asas.
- Veja, ele tem pêlos, só pode ser um rato, vamos levá-lo conosco e ajudá-lo.
Chegando na aldeia dos ratos, o líder rato discordou:
- Olhem essas asas! Ele não é um dos nossos, ele é um pássaro, não temos porque ajudá-lo. Levem-no de volta.
E os ratos largaram o morcego ferido novamente na encruzilhada.
Logo passaram por ali alguns pássaros:
- Veja, ele tem asas, só pode ser um pássaro, vamos levá-lo conosco e ajudá-lo.
Chegando na aldeia dos pássaros, o líder pássaro discordou:
- Olhem esses pêlos! Ele não é um dos nossos, é um rato, não temos porque ajudá-lo. Levem-no de volta.
Os pássaros levaram então o morcego ferido de volta à encruzilhada.
Lá o morcego morreu.
Moral wiccan da história: ajude quem você puder, seja da sua “espécie” ou não.
Moral anarquista da história: não ouça o seu líder.
Moral realista da história: livre-se de seus pêlos ou de suas asas.
Política
De um modo geral, pessoas de direita têm mais senso de humor do que pessoas de esquerda. Elas se acham mais inteligentes, mas não é isso. Inteligência há (não muita) de ambos os lados; senso de humor sim parece estar mais presente entre os direitistas. Provavelmente porque eles aprenderam a não se levarem muito a sério e a se acharem superiores não importa o que aconteça. E, é claro, a rirem da esquerda. Nós, esquerdistas, ainda tentamos salvar o mundo, ainda acreditamos nos valores humanos e na capacidade de nos organizarmos pelo bem comum. A maioria de nós acreditamos inclusive na bondade humana. Admitamos: É hilário.
E os de centro? Não acredito na existência de gente de centro, mas, se eu estiver enganada, eles provavelmente são como o morcego da fábula.
E os de centro? Não acredito na existência de gente de centro, mas, se eu estiver enganada, eles provavelmente são como o morcego da fábula.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Então a pergunta é
como você descobre se fez merda?
Por um lado, há que se admitir que você é um rinoceronte epilético numa loja de cristais, relacionar-se com as pessoas não é o seu forte, você tem medo de ser grudenta e acaba sendo completamente ausente e as pessoas sempre te acham, no mímino, esquisita (as mais gentis dizem "diferente"). Conclusão: sim, você fez merda.
Por outro lado, você é uma pessoa neurótica, que vê coisas onde elas não existem e quando não tem problemas os inventa. Conclusão: você não fez merda, você só está vendo pêlo em ovo.
Como é que desempata?
Por um lado, há que se admitir que você é um rinoceronte epilético numa loja de cristais, relacionar-se com as pessoas não é o seu forte, você tem medo de ser grudenta e acaba sendo completamente ausente e as pessoas sempre te acham, no mímino, esquisita (as mais gentis dizem "diferente"). Conclusão: sim, você fez merda.
Por outro lado, você é uma pessoa neurótica, que vê coisas onde elas não existem e quando não tem problemas os inventa. Conclusão: você não fez merda, você só está vendo pêlo em ovo.
Como é que desempata?
segunda-feira, 16 de abril de 2007
quinta-feira, 12 de abril de 2007
quarta-feira, 11 de abril de 2007
(não se desesperem, clicando na tirinha dá para ler)
Sim, desisti. O Direito era um saco e eu resolvi considerar seriamente as minhas opções de vida. Então recebi uma mensagem de Nossa Senhora Aparecida da Graça do Quinto Dia e fui fazer medicina.
Não.
Cheguei à conclusão de que sou capaz de curar as pessoas tocando nelas e fui seguir minha vocação.
Não.
O Luka me ligou e pediu, por favor, para eu entrar no E.R, porque ele não agüenta mais a Abby.
Não.
Na verdade a ligação foi do House.
Tá, sério, não quero explicar aqui porque decidi ir para a medicina, porque foi um processo complexo e bastante íntimo (envolvendo inclusive um vibrador tailandês de três velocidades. Tá, agora parei mesmo).
O fato é que considerei uma série de coisas e achei que seria uma boa opção. Algumas pessoas me disseram que eu não tinha “vivido” o Direito o suficiente e deveria tentar mais um pouco, outras me disseram que era óbvio que seria insuportável e que não sabiam nem porque eu tinha chegado tentar. Dou razão para as duas idéias e não sigo nenhuma delas. Terminei a cadeira de Economia porque queria finalmente aprender o que é a mais-valia. Acho que aprendi (não tenho lá muita certeza). E fui estudar para o vestibular mais uma vez.
(To be continued...)
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Risco de vida por rompimento escrotal
(E cá estou eu tentando parir o trabalho de história da medicina. Alguém traga o fórceps, por favor.)
"Como assim, história da MEDICINA?!" - você, desavisad@ amig@ virtual pensou. Rá, aguarde novidades.
(É. Sim. Pode acreditar. Ela é louca.)
"Como assim, história da MEDICINA?!" - você, desavisad@ amig@ virtual pensou. Rá, aguarde novidades.
(É. Sim. Pode acreditar. Ela é louca.)
sábado, 7 de abril de 2007
Imagine um feriado em que as pessoas se presenteiam com bebidas: cachaça, licor, vodka, whiskey. Vários tipos e cores e embalagens diferentes, todos querem presentear com bebidas. As lojas fazem promoções de bebidas, os supermercados penduram as garrafas no teto, por toda a parte que se olhe lá estão as bebidas para você comprar para as crianças, os amigos, familiares ou "quem você ama". Há inclusive um mitológico gambazinho que distribui bebidas para as crianças que se comportaram bem. Agora imagine que você é um alcoólatra.
Páscoa para mim é isso.
Páscoa para mim é isso.
Então era isso?
Não. Não era sobre isso que eu queria falar e não sabia como, era sobre as pequenas delicadezas entre as pessoas. Aquelas espontâneas, que elas mesmas mal percebem que estão fazendo. Um gesto, o tom de voz, o modo de olhar. É bonito, mesmo que não seja para a gente.
Crise de Patinho Feio
Sem falsa modéstia: eu sou inteligente, perspicaz, relativamente culta e tenho um bom senso de humor, mas nada disso vale porra nenhuma porque eu não entro numa calça 38.
PS: E não, não venha me dizer que não é assim, eu não quero a sua piedade, o que eu quero é um bando de gordinhas revoltadas concordando comigo!
PS: E não, não venha me dizer que não é assim, eu não quero a sua piedade, o que eu quero é um bando de gordinhas revoltadas concordando comigo!
sexta-feira, 6 de abril de 2007
terça-feira, 3 de abril de 2007
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