quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Aí tinha essa pergunta no formspringme sobre o amor, que eu respondi da forma mais sintética possível, mas com sinceridade. Essa pergunta me deixou pensando por dias e dias a fio, e eu estava com uma enorme dificuldade de respondê-la. Não queria pensar no assunto, porque há uns poucos meses saí de um relacionamento profundamente decepcionante, e ainda não sei como lidar com isso. Mas é bobagem tentar evitar o assunto, porque esse sentimento que eu ainda não consegui processar, esse sentimento fica comigo quase o tempo todo.

É bem difícil escrever sobre isso aqui, porque eu sei que ele lê as minhas palavras. Alguns amigos me sugeriram que eu fechasse esse blog e criasse um novo em outro endereço, mas eu não acho que isso seja justo comigo. Esse aqui é o meu espaço, e as pessoas vêm aqui para me ler. Algumas me conhecem no “mundo real”, e acompanhar o blog é um jeito de a gente estar perto. Outras pessoas só me conhecem de ler o blog e – se elas lêem blogs pelo mesmo motivo que eu – elas também gostam de me acompanhar e saber o que está acontecendo, o que eu ando pensando, e se naquele dia eu por acaso não vou conseguir fazê-las rir um pouco. Muitas das pessoas que vêm aqui eu não sei quem são, e isso faz parte da “brincadeira”. Eu já mudei de blog antes, e mudar o blog de lugar desestrutura tudo isso. As pessoas se perdem, se desligam, e esse sistema delicado de que eu gosto tanto se desestabiliza e leva tempo para ser recuperado em outro lugar.

Eu não quero mudar de blog, eu quero simplesmente voltar a escrever.

E por que eu me preocupo tanto com os sentimentos de alguém que não se preocupou com os meus? - já me perguntaram. Não sei. Por que tanto cuidado, se esse cuidado nunca foi recíproco? A resposta honesta é “também não entendo”.
A gente teve uma história muito ruim, e eu ainda me sinto mal como consequência dela. Pensei que ia passar mais fácil, pensei que eu ia “purificar” melhor o que aconteceu, e que as coisas ruins iriam embora, mas não consigo. Foi ruim demais, me machucou demais e eu não tô conseguindo fazer esse negócio cicatrizar.

(Você tem a sensação de que esse texto continuaria? Eu também. Mas não consegui escrever mais.)

9 comentários:

Samara L. disse...

Olha, só posso falar da minha experiência.
Quando os sentimentos me doem, preciso escrever. Independente de quem está lendo. Na verdade, acho até bom, porque ficam ditas coisas que acabei não falando na época.
Já mudei de blog também por esse motivo e a verdade é que ninguém merece esse esforço todo - só que a gente só descobre com o tempo.
Beijo e fique bem.

Anselmo disse...

Queria poder estar aí pra enchermos a cara e fumar narguilé até o mundo perder o sentido. Em certos momentos da vida, é a única alternativa.

Ele não foi a primeira pessoa a te desapontar e (infelizmente) também não será a última? O que fazer então? A resposta fácil seria: "mande as más recordações gentilmente tomarem no olho do cú (com acento, e olha que daqui a pouco eu coloco trema também) e bola pra frente".

Mas não é tão fácil assim. Escrever ajuda a exorcizar, mas é tão assustador como acender a maldita luz do quato escuro.

Anselmo disse...

Errata:

"Ele não foi a primeira pessoa a te desapontar e (infelizmente) também não será a última?". Ignore a interrogação. Isso é uma afirmação categórica. O erro de pontuação foi culpa da tendinite.

Anselmo disse...

Errata II, a missão:

Onde se lê "quato", leia-se "quarto".

Lulu disse...

querida, quase não comento mais porque tá tudo muito corrido por aqui. mas sempre te leio, é uma delícia te acompanhar (tanto aqui quanto no tuítis; mas tenho um pouco de preguicinha com tuítis... hehehe).
e, sim, é delicado escrever em um lugar público -- não deixa de ser, né? -- e sem usar pseudônimos. também não consigo escrever sobre tudo, minha mãe lê meu blog e tem coisas que depois comenta comigo. aí me dá um bloqueio, sabe? só escrevo amenidades, o que realmente vai me comendo por dentro continua dentro do peito.
mas essa é a minha postura e não precisa ser a tua.
escreva da forma que te faça sentir confortável.
mandar todo mundo à m**rda de vez em quando também ajuda muito :)


bjus

Maritza disse...

Samara: É, não vou trocar o blog de lugar. Não sei se vou conseguir escrever tudo o que gostaria, mas vou tentar. E continuo aqui. 'brigada. Beijos!

Anselmo: Tô chegando numa fase em que não sobrou mais muita coisa para fazer a não ser acender a luz do quarto escuro. Minha psi tá de férias até março, mas tô meio apreensiva. Muitos insights acontecendo, acho que vou ter que mexer nos meus vespeiros mais difíceis. Um dia esse momento ia chegar.

Maritza disse...

Lulu: Que bom que você continua vindo aqui, é sempre bem-vinda! :)
Fica realmente mais difícil escrever quando a gente se sabe lida e conhece por quem, mas acho que vou continuar tentando.
Mandar todo mundo a merda é outra coisa que acho que vou começar a praticar mais, hehehe.
Beijos!

Ana Paula disse...

Tô vendo que vai sobrar pra mim... A cutucada neste vespeiro vai acabar em uma tarde de conversa, sorvete da Xôc's e compras... A única coisa que me apavora é a parte das compras... No mínimo um de(s)maquilante d'O Boticário vai rolar. Eu sei que vai!

Maritza disse...

Naaaaaaah! Juro que prometo e prometo que juro que vai ser sem demaquilante. Do resto eu não abro mão!