quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

E aí eu acabo ficando com remorso das minhas crises de raiva, porque, né, a menina-boazinha-que-não-magoa-ninguém-nem-alimenta-conflitos-desnecessários vem me assombrar e puxar meu pé de noite.

E eu já conheço o suficiente da natureza humana para saber que as pessoas muitas vezes se tornam o que são por causa de muita infelicidade e sofrimento. E já tenho noção suficiente para perceber que alguns tipos de incompetência podem trazer uma enorme solidão, e que muitas vezes as pessoas fazem verdadeiros desastres guiados por motivações completamente inconscientes. Não há criatura viva que não mereça compaixão.

No entanto, nada disso é motivo para aceitar que eu seja tratada de um modo que me faz mal. Essa é a parte que eu levei tanto tempo para entender. Compreender não significa aceitar. Ou antes, eu posso compreender e aceitar que uma pessoa seja o que ela é, mas não preciso ficar perto dela se ela é incapaz de lidar comigo e não tem a menor vontade de aprender. Então finalmente decidi me afastar, de vez e completamente. Nenhum contato. Mas, por incrível que pareça, não é sem dor que eu faço isso. Porque eu queria que muita coisa fosse diferente, e algum dia houve alguém ali por quem eu me apaixonei, mas já está mais do que na hora de encarar que – se algum dia essa pessoa realmente existiu, o que muitas vezes eu duvido – agora simplesmente não existe mais.

5 comentários:

Samara L. disse...

Aprender a rejeitar a rejeição e cortar os laços foi uma das últimas e mais duras lições que eu aprendi nessa tal de maturidade.
Eu só posso te dizer o que aconteceu comigo: sim, dói horrores. Mas passa muito mais rápido e dá uma sensação de liberdade muito mais eficaz do que qualquer outra medida.
E o conflito vale a pena, sim, se é para defender a menina frágil que a gente tem por dentro. Porque outra pessoa pode até se comprometer a defendê-la por você (a verdade é que, em geral, alguns até prometem, mas ninguém FAZ), mas ninguém faz isso com tanta eficácia quanto a gente mesma.
Beijo na bochecha, fique bem e seja feliz.

Anselmo disse...

Concordo com as palavras da Samara (e com as tuas, Biguzinha)! Eu entendo perfeitamente que as pessoas não são deliberadamente estronchas, mas que são estronchas em função de sua história pessoal, de sua vida particular, das experiências vivenciadas e dos valores subjetivos que são cultivados ao longo de uma existência. Agora, da mesma maneira que as pessoas têm o direito de ser estronchas, eu tenho o direito de manter distância das pessoas estronchas. Assiste-me inclusive o direito de reprovar categoricamente as condutas estronchar. Tua decisão foi difícil, eu sei, mas é a mais acertada. Afinal, existem muita gente nesse mundo que não é estroncha, e que merece conviver com pessoas não-estronchas, como nós.

E um beijo na tua boca, de língua e com muita saliva (porque eu não sou estroncho, mas também não sou nenhuma virgem polianesca, hehehehe).

Maritza disse...

Samara: :-( Mas dói que é um inferno, né? Tudo bem, como diria o Coringa "what doesn't kill you makes you stranger", e eu já sou esquisita para caramba mesmo. I will survive. Só preciso me desenredar um pouco dessa mágoa, do ressentimento que ficou, porque ele já foi embora de vez. Beijos, querida!

Anselmo: Pára com esses comentários obscenos, sua peste, que as pessoas não sabem que tu é casado, e daqui a pouco vão achar que isso é sério! Hehehe.
Honestamente e usando um palavreado de acordo, tá foda...

Se bem que como diria uma colega minha do tempo do colégio: "Não tá foda nada, se fosse foda era bom!" Para manter a alta classe e o nível família desse blog.

Anselmo disse...

Tá, pra quem não sabe ainda, eu sou casado. Mas burro amarrado também pasta, não é mesmo?

E já que é pra manter o nível do blog, Maritza, é melhor tu não te vestir de verde, senão não resisto e te como todinha. Só deixo a raiz pra concorrência!

Maritza disse...

Cara de pau! Isso é só porque tua cara-metade tá longe, né!